CNTV SE REUNE COM MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E APRESENTA QUESTIONAMENTOS À PROPOSTA DE REGULAMENTAÇÃO DO ESTATUTO DA SEGURANÇA PRIVADA
26 Mar
Reunião entre Marivaldo Pereira e dirigentes da CNTV |
Na semana passada, dia 19 de março, o Presidente da CNTV José Boaventura, acompanhado de outros dirigentes da entidade foram recebidos pelo Diretor de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça e Segurança Pública (SAL/MJSP) Dr. Marivaldo Pereira para tratar da regulamentação da Lei 14.967/2024 – Estatuto da Segurança Privada. A CNTV entregou um documento contendo ressalvas à proposta de regulamentação da Lei produzida por um Grupo de Trabalho, do qual participou, presidido pelo Coordenador-Geral de Segurança Privada da Policia Federal.
A Lei está em vigor desde setembro do ano passado, mas alguns artigos estão pendentes de um Decreto Regulamentador a ser assinado pelo Presidente Lula. O regulamento detalha aspectos da Lei e sua aplicação.
A CNTV foi convidada a participar do Grupo de Trabalho liderado pela PF e apresentou sugestões e críticas ao texto inicial apresentado. No final do mês passado recebeu uma versão final, sem possibilidade de alterações ou correções no âmbito do Grupo de Trabalho da Policia Federal. O texto agora passa pelo Ministério da Justiça e depois vai a Casa Civil da Presidência da República, daí a nossa conversa com o MJSP.
No texto a CNTV deixou claro que não concorda com propostas que contrariem a Lei e prejudique os Vigilantes.
Não temos acordo com proposta, tipo:
- Validade de 2 anos para Curso de Formação. Onde já se viu Diploma de formação em qualquer profissão ter validade? Atualizar é outra coisa.
- Flexibilizar o horário de funcionamento do Transporte de Valores. A Lei limita de 08 às 20h. O texto quer flexibilizar para situações de 06 às 22h.
- Obrigar o Vigilante que fique fora da atividade por 5 anos a realizar novo Curso de Formação.
- Tirar da atividade o Vigilante já formado, sem o curso fundamental. A lei assegura a este profissional a continuidade no trabalho com a sua escolaridade atual.
- Obrigar todos os Vigilantes a realizar, por ocasião da formação, aperfeiçoamento (antiga extensão) e Atualização (antiga reciclagem) exame psiquiátrico, além do exame de saúde e com a psicóloga. Resolução do Conselho Federal de Medicina diz que o Médico pode atestar a saúde física e mental, como acontece há mais de 40 anos.
- Salas de aula com 60 alunos, seja na formação ou atualização. Absurdo!
- Cassação de registro do Vigilante por embriaguez ou uso de entorpecentes, sem a observância do devido processo legal. E caso este Vigilante possa voltar a atividade depois de um ano, tem de realizar um novo curso de formação.
- Obrigar a Polícia Estadual (PM ou Civil) a atender alarme de empresa de monitoramento. A polícia trabalhando para empresa.
Além disso, propusemos acréscimos, tipo:
- Colete Feminino.
- Aplicação do Anticalote, com retenção mensal de parte da fatura em conta bloqueada para garantir os direitos trabalhistas.
- Ampliação das áreas de atuação para parques, etc., gerando mais empregos para Vigilantes.
O Diretor de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça disse que vai estudar o assunto e encaminhar ao Presidente Lula a melhor proposta para garantir que a lei seja fiel aos princípios e compromissos fixados no seu artigo 3º:
- Dignidade da Pessoa Humana
- Proteção à vida
- Interesse Público
- Observância aos dispositivos que regulam as relações de trabalho.
A CNTV está atenta a legalidade e aos interesses da categoria e da cidadania.
Fonte: CNTV
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