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Vigia confessa que entrou em choque

08 Mar

Pior que o estrago material, na parede do banco Santander, no Ceagesp, é o prejuízo psicológico. Dentro da agência, móveis, caixas e computadores foram destruídos pela quadrilha de assaltantes de caixas eletrônicos, que tentou explodir um cofre do banco, nesta terça-feira (6) de madrugada, e 24 horas depois de invadirem a mesma agência voltaram para “terminar o serviçoâ€, segundo fontes consultadas pelo BOM DIA.

Seis funcionários do Santander foram rendidos. O jornal apurou que dois deles eram fiscais e quatro seguranças. Os mesmos funcionários foram assaltados duas vezes. Apesar da necessidade de pagar as contas, um deles, segundo uma fonte, passou por momentos de horror.

O rapaz, um fiscal de 25 anos, foi rendido do lado de fora da agência e colocado encostada no muro. Ao lado dele, os colegas. Os bandidos tinham perfil de quadrilha - entraram com fuzis militares, objetivos. Ontem, foram muito rápidos. Depois de anunciar o assalto, esse funcionário foi o mais ferido. Ele ficou na posição onde foi colocada a dinamite - ele do lado de fora e a “bomba†do lado de dentro.

Segundo o relato, esse jovem foi lançado a três metros da calçada do banco e ficou coberto de areia, e tijolos. “Os estilhaços machucaram regiões de suas costas, como se tivesse saído de uma guerraâ€, disse o funcionário, sem se identificar.

Vale a pena?
O que move esses seguranças a continuar trabalhando, na mesma agência, é a fé em Deus e as contas de casa para pagar, narra um funcionário. “Ganham em torno de R$ 900. Compensa? É justo? Certamente, nãoâ€, questiona outro funcionário de uma agência da região central, que também não se identificou.

“Entramos no local de trabalho sem saber se vamos sair vivos. Depois de passar por uma situação dessas, eu nunca mais esqueci. Ficou marcado.â€

A reportagem conversou com outros dois seguranças, que afirmam: a segurança das agências de Sorocaba é falha e frágil.

Os assaltos se concentram em áreas afastadas. A Uniso (Universidade de Sorocaba) e a Ceagesp (Central de Abastecimento Geral do Estado de São Paulo) de Sorocaba são áreas afastadas, assim como a agência do posto de gasolina de Brigadeiro Tobias. “Não houve nenhuma resistência. No domingo, não tinham armas. Elas foram para perícia. E a quadrilha sabia disso. Por isso voltou.â€

Postos
A segurança dos vigias permanecerão em risco enquanto os bancos não providenciarem mais segurança, afirma Jorge Marques, presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo) de Sorocaba. “Essas explosões atingem o entorno. Não é só o caixa que é destruído. Uma loja de conveniência pode ser toda devastadaâ€, informa.

“E o prejuízo é de R$ 300 mil. É quanto vale um estabelecimento desse. O seguro não cobre vandalismoâ€, diz. É isso que um dono de posto ouve quando um caixa é violado. “Não paga-se indenização ao lojista. O objeto do crime é o caixa, não é a loja que está ao ladoâ€, esclarece Jorge.

A Polícia Militar isolou a área do Ceagesp no domingo de madrugada, para a perícia fazer seu trabalho.

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