Bradesco é acusado de preconceito e de discriminar pobres
23 Jan
O Sindicato dos Bancários de Dourados e Região está acusando o Banco Bradesco de preconceito e discriminação de pessoas pobres nas agências de Dourados. Os bancos continuam desenvolvendo formas de não contribuir com o desenvolvimento social do país, diz material distribuído à imprensa local.
Para os sindicalistas, o correspondente bancário, criado para democratizar o acesso ao sistema financeiro, virou símbolo do preconceito e discriminação dos bancos, que empurram os mais pobres para este tipo de atendimento.
A constatação, segundo eles, aconteceu na terça-feira (10) na agência centro do Bradesco em Dourados e foi presenciada por diretores sindicais que visitavam o local, quando havia cinco funcionários do banco, que a pretexto de orientar, faziam à triagem e mandavam os clientes indesejados para serem atendidos nos correspondentes bancários.
A administração da agência foi comunicada pelo sindicato sobre o preconceito e discriminação, que pediu providências sob pena de tomar outras medidas para coibir esse tipo de prática do banco, que lucrou R$ 8,3 bilhões apenas nos nove primeiros meses do ano passado.
O presidente do sindicato, Raul Verão afirmou que a atitude do Bradesco se configura em discriminação comprovada, já que uma pesquisa feita pelo Instituto Fractal mostrou que 41% das pessoas que utilizam o correspondente bancário têm renda mensal entre R$ 251,00 e R$ 500,00. Outros 53% ganham salários de R$ 500,00 a R$ 800,00, enquanto os 6% restantes sobrevivem com R$ 250,00 a cada trinta dias.
A prerrogativa de ser atendido em um correspondente bancário sem as mínimas condições de segurança e conforto, ou numa agência bancária, têm que ser do cliente e não uma imposição dos bancos, como vem fazendo o Bradesco, barrando a entrada na porta da agência, diz Raul lembrando ainda que tudo que acontece com o cliente dentro de uma agência bancária é de responsabilidade do banco, diz o material distribuído pelo sindicato.
A segurança dos clientes e hoje a grande preocupação do sindicato, tendo em vista que pesquisa nacional realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e Confederação Nacional dos Vigilantes, com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese, mostrou que 49 pessoas foram assassinadas em assaltos envolvendo bancos em 2011, o que representa um aumento de 113,04% em relação a 2010. Das 49 mortes a maioria das vítimas foi clientes (30), seguido de vigilantes (8) e policiais (6).
A situação nos demais bancos não é muito diferente, inclusive nas instituições públicas. Ao mesmo tempo em que empurram os mais pobres para fora das agências, os bancos têm investido pesado para atrair clientes mais ricos. O preconceito dos bancos com os mais pobres prejudica diretamente o emprego dos bancários. Na década passada, o crescimento do número de correspondentes foi um dos vilões da redução de postos de trabalho entre os bancários. Em 1990, o Brasil tinha mais de 750 mil trabalhadores na categoria. Hoje são cerca de 465 mil, afirmou Raul Verão.
Servidores reclamam de arbitrariedade na abertura de contas no Bradesco Os servidores da Prefeitura de Campinas estão indignados com o fato de o Banco Bradesco, segundo eles, os obrigar a abrirem conta-corrente e não conta-salário, sob a ameaça de não terem os salários deste mês depositados. As denúncias têm chegado tanto por via Facebook, por meio de mensagens, quanto por telefone. �Está acontecendo uma situação-crime: o Bradesco está obrigando os servidores ativos e aposentados a abrirem conta corrente ao invés de conta salário. E estão se recusando a fazer a portabilidade�, escreveu uma servidora. A mesma reclamação foi feita por outros funcionários.