Polícia acaba com a segurança ilegal no Morumbi
10 Nov
PM quer saber se sargento que recebia dinheiro de moradores para vigiar rua usava recursos do estado
A Corregedoria da Polícia Militar afastou o sargento Vagner Figueiredo, apontado como responsável por cobrar R$ 20 mil de moradores do Morumbi, bairro nobre da Zona Oeste, em troca de um serviço de segurança privada feito por PMs à paisana, que andam armados e em carros particulares. O esquema revelado nesta terça-feira pelo DIÁRIO acontece há quatro anos e rendeu aos policiais pelo menos R$ 700 mil.
Até a tarde desta terça, Figueiredo trabalhava como encarregado administrativo da 5ª Companhia do 16º Batalhão (responsável pelo patrulhamento do Morumbi) e dispunha de todas as estatísticas criminais da área. Segundo moradores da Rua Dr. José Carlos de Toledo Piza, o policial recebia dinheiro para fazer segurança de cinco condomínios de luxo. Nos últimos anos, o endereço ficou conhecido como “rua do medo” graças aos recorrentes casos de violência.
Os condôminos afirmam que dez pessoas foram roubadas na rua no último mês e o sargento propôs que o “policiamento” fosse estendido em troca de mais R$ 20 mil mensais.
O 16º Batalhão e a Corregedoria decidiram que Figueiredo permanece afastado até o fim das investigações. O Comando da PM quer saber se ele usava os recursos da corporação para exercer o serviço irregular.
Para a reportagem, o policial negou as acusações. O DIÁRIO apurou que o sargento também negou sua participação no esquema para seus superiores, mas informou o nome dos supostos PMS que fazem plantão todos os dias no local. Segundo moradores, Figueiredo aparecia na rua uma vez por mês para receber o dinheiro combinado.
FATO GRAVE/O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, classificou como “muito grave” a atitude do policial militar e disse que, se for comprovada, merece não só o repúdio como medidas administrativas e penais.
Após a publicação da reportagem, o serviço de segurança sumiu. A Polícia Militar informou que a segurança no Morumbi continua reforçada graças à Operação Colina Verde.
Estevam Scuoteguazza/Diário S