Segurança alega que empresário o discriminava e o chamava de "macaco"
28 Jun
O segurança bancário Alexsandro Abilio de Farias disse nesta segunda-feira à Polícia que matou o empresário Adriano Henrique Maryssael de Campos, 73 anos, dono do Restaurante Adriano, por ter sido várias vezes discriminado.
O crime aconteceu no final da manhã de terça-feira,dia 21, no interior de agência do Banco Itaú, na Avenida Carmindo de Campos, em Cuiabá. O segurança se apresentou à Polícia acompanhado de seu advogado. Após ser ouvido, Alexsandro foi liberado. O delegado Antônio Carlos Garcia, da Homicídios, diz que ainda poderá pedir a preventiva do segurança.
A questão, segundo o depoimento de Alexsandro, já é antiga. Ele disse, em depoimento que começou às 9h30 e vou até o final da manhã, que o empresário o agredia verbalmente.
“Vagabundo”, “preguiçoso”, “preto” e “macaco” teriam sido alguns dos adjetivos lançados por Adriano.
No dia do assassinato, conforme revelaram as imagens do circuito interno de segurança, não houve discussão; apenas um gesto do empresário e, em seguida, três tiros a queima roupa.
O segurança disse que naquele momento, o empresário, que deixava o banco, apontou para a sua direção e prometeu matá-lo, segundo informou o delegado. “Ele disse que perdeu a cabeça e foi para cima do empresário e atirou” – explicou.
Na seqüência, o segurança bancário atirou contra a porta de vidro e fugiu. Na rua, ele tomou uma motocicleta de assalto, pertencente a Fabricio Paniago.
A motocicleta foi abandonada e encontrada dois dias depois. A arma utilizada no crime foi entregue ao advogado Janone Pereira, que a encaminhou para a Polícia.
Alexsandro disse à Polícia que outras pessoas sabiam dos desentendimentos entre ele e o dono do restaurante italiano. “Ele disse que havia comunicado inclusive a sua empresa e pediu para mudar de banco, mas ninguém tomou providências” – informou o delegado.
Alexsandro de Farias era funcionário da empresa Brinks Segurança e Transporte de Valores. Até o momento, a empresa não se pronunciou sobre o caso.
Pelo menos mais dez pessoas deverão ser ouvidas antes da conclusão do inquérito. Garcia disse que o vigilante foi liberado, mas não descarta a possibilidade de ser pedida sua prisão preventiva.
“Não adianta pedir uma prisão apenas para atender a interesses. É preciso elementos e provas robustas para que o Ministério Público possa trabalhar na ação criminal” – explicou o delegado.
Adriano Campos era proprietário do restaurante Adriano, especializado em comida italiana, que fica na Avenida Getúlio Vargas. É considerado um dos mais tradicionais da cidade. O empresário foi sepultado na cidade de Campinas.