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Proposta autoriza duplo emprego a PMs na Copa

24 Fev

Uma proposta controversa para a segurança dos estádios durante a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos 2016 provoca reações contrárias de entidades ligadas à área da segurança pública e privada no Rio Grande do Sul. O governo federal estuda a possibilidade de permitir que policiais trabalhem como seguranças particulares nos horários de folga. Seria a legalização do bico, prática vetada, mas comum entre servidores da Brigada Militar e da Polícia Civil.

Um grupo do Ministério da Justiça trabalha pela adequação da legislação para autorizar que os policiais atuem nos estádios no período de descanso. A ideia foi revelada pelo diretor da Força Nacional de Segurança Pública e coordenador da comissão para a segurança da Copa e da Olimpíada, Alexandre Aragon, em reportagem publicada no jornal Folha de S.Paulo. A ideia, entretanto, é que a autorização sirva apenas para atividades vinculadas aos eventos.

A proposta não foi bem recebida por entidades representativas de servidores da Segurança Pública no Estado. Dados da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), que representa os servidores de nível médio da BM, dão conta de que mais de 80% dos 23 mil integrantes da corporação complementam a renda mensal fazendo bicos.

– É uma declaração de incapacidade do governo de lidar com servidores da área de segurança pública. O certo é que o servidor se dedique única e exclusivamente à atividade policial – diz o secretário-geral da associação, Ricardo Agra.

A opinião é compartilhada pelo presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (Ugeirm), Isaac Ortiz:

– A legalização do bico é a legalização da miséria, é o governo se isentando de pagar bem o policial.

Vigilantes temem aumento do desemprego

Entre os vigilantes a repercussão também foi negativa. Presidente da Federação Profissional dos Trabalhadores em Segurança Privada do Estado, Evandro Vargas dos Santos afirma que a medida aumentará o desemprego entre os profissionais da categoria.

– Na nossa área, as polícias civil e militar têm uma penetração muito grande, pela facilidade de usar a estrutura do Estado para fazer segurança privada – disse.

A Secretaria da Segurança Pública e o comando da BM não irão se manifestar sobre o assunto enquanto não houver uma definição oficial da proposta pelo governo federal.

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