Quadrilha explode sete caixas no Recife
03 Jan
Um grupo de 13 a 15 homens armados explodiu, na virada do ano, os sete caixas eletrônicos do Terminal Integrado de Passageiros (TIP), no Curado, Zona Oeste do Recife. Eles renderam funcionários do terminal e pessoas que circulavam na área, num horário em que não há policiamento.
A PolÃcia Civil não descarta a possibilidade de os bandidos serem de outro Estado, já que dias atrás, em Messias, Alagoas, 100 quilos de explosivos foram roubados de uma pedreira.
“Infelizmente, está havendo um acesso fácil a explosivoâ€, avaliou o delegado Antônio Barros, responsável pelo Departamento de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio (Depatri). Ele não quis repassar detalhes da audaciosa ocorrência no TIP, para não atrapalhar as investigações, mas adiantou que eles teriam levado dinheiro apenas de dois a três caixas.
Ano passado, 60 ocorrências do gênero foram registradas, mas nenhuma envolvendo sete caixas de um só vez.
Na tarde de quinta-feira, assaltantes causaram pânico no Hiper Bompreço de Casa Forte, na capital, quando abordaram vigilantes que iam abastecer os terminais de autoatendimento. Na ação, foi levado um malote de dinheiro e ficaram feridos um segurança e um cliente.
A polÃcia já identificou dois suspeitos, mas ainda não conseguiu prendê-los.
Pessoas que trabalham no TIP contaram ontem de amanhã que os ladrões chegaram por volta da meia-noite e dividiram-se em dois grupos. Um ficou no térreo onde estão os caixas e o outro foi ao piso superior, mandando todas as pessoas deitarem no chão.
Um carro teria sido conduzido pelos bandidos até a área dos caixas para receber os malotes. Equipamentos de comunicação e computador do quiosque onde funciona o ponto de táxi foram danificados.
Na área de autoatendimento, ao pé da escada rolante, funcionam caixas do Bradesco, Itaú, Santander, Banco 24 horas, Caixa Econômica e Banco do Brasil. Pelo menos dois ficaram totalmente destruÃdos. Duas lanchonetes próximas também foram atingidas pelo impacto da explosão. Houve danos numa sala onde já funcionou a associação dos lojistas e na porta do almoxarifado do terminal.
“Trabalho aqui há 20 anos e nunca tinha visto um negócio desse. Graças a Deus, fui mais cedo para casa, saà à s 23h20â€, disse Adalgiza Oliveira, dona de uma lanchonete. “Espero que a administração do terminal pague meu prejuÃzoâ€, reagiu.
Funcionários das empresas de ônibus que operam no terminal, comerciantes, comerciários e taxistas reclamam da falta de segurança. Segundo eles, não há vigilância privada nem ronda policial. Apenas dois policiais militares num quiosque, das 7h à s 23h, no primeiro andar. “Se a ação dos bandidos tivesse ocorrido nesse horário, teria sido muito pior, pois agora estarÃamos preparando o funeral dos soldadosâ€, comentou um trabalhador.
Elmar Gomes, gerente do núcleo local da Socicam, empresa que administra o TIP desde outubro de 2008, estima que durante a abordagem dos bandidos havia 35 a 45 funcionários no terminal. Segundo ele, a última viagem parte à s 12h20 e só à s 4h40 o embarque e o desembarque são retomados. “Já pedimos reforço à PMâ€. Quanto à contratação de segurança privada, ele alega que não está incluso no contrato com o Estado e que seria complicado atuar com esse serviço numa área pública. Gomes disse que a Socicam irá consertar a estrutura das lojas danificadas.
No setor do autoatendimento não há câmeras. Elas são mantidas nas áreas de embarque, desembarque e guarda-volume. Outras empresas que operam no terminal teriam cedido imagens à polÃcia. No TIP, circulam sete mil pessoas por dia, grande parte desembarcando e embarcando nas 500 viagens. No feriadão, houve um aumento de 50% no movimento. O novo secretário estadual de Transportes, Isaltino Nascimento, adiantou que ouvirá a administração do TIP e a Secretaria de Defesa Social para encontrar alternativas que evitem novas ocorrências.