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Vigilante comete suicídio dentro de agência bancária

25 Jul

Vigilante comete suicídio dentro de agência bancária

Um vigilante da Embrasil Segurança cometeu suicídio dentro da agência do Itaú onde trabalhava, na Rua 7 de Abril, região central de São Paulo. O trabalhador, de 31 anos, chegou a ser levado para o Hospital das Clínicas com vida, mas não resistiu e faleceu na terça-feira 23. Ele deixa a esposa. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região presta solidariedade à família da vítima e à categoria dos vigilantes. 

As condições de trabalho cada vez mais degradantes enfrentadas pelos trabalhadores podem estar atrás do ato ocorrido dentro da agência bancária, avalia o secretário de Saúde do Sindicato, Carlos Damarindo.

Medida do governo ameaça segurança dos bancários

“Este não é um caso isolado, e é significativo que tenha ocorrido no local de trabalho. As condições de trabalho enfrentadas não só pelos vigilantes, mas também pelos bancários, estão se precarizando. A falta de investimento em segurança, as jornadas extenuantes, as metas cada vez maiores, as constantes ameaças de demissão ou perda de cargo, a falta de acompanhamento das empresas que testemunham e colaboram para esse sofrimento físico e mental cotidiano dos seus trabalhadores e o assédio moral. Esse cenário contribui para que essas tragédias ocorram”, afirma Damarindo. 

O secretário-geral da Confedereção Nacional dos Vigilantes, Cláudio José de Oliveira, enumera as situações que levam ao aumento do estresse psicológico entre os vigilantes. Uma delas é o acúmulo de função e a pressão para que os empregados desempenhem várias ocupações, muitas vezes sem treinamento adequado, o que resulta em ameaça de demissão.

Mais especificamente no setor bancário, Oliveira aponta a constante ameaça de roubos em agências que contam com cada vez menos dispositivos de segurança, ou as ofensas e desrespeitos de clientes barrados nas portas de segurança. Segundo o dirigente, é comum vigilantes verem ignorados seus pedidos de transferência de agências onde foram desrespeitados.

Oliveira também enfatiza o atraso de salário, segundo ele, prática recorrente no setor. “Muitas empresas pagam salário com 30, 40 dias de atraso. O trabalhador depende do dinheiro para alimentar sua família e as empresas atrasam o salário alegando falta de pagamento do contratante, situação que é consequência direta da terceirização praticada no setor. Esse cenário colabora para que o trabalhador, sofrendo com estresse psicológico e com acesso a uma arma de fogo, perca o controle e acabe cometendo um ato extremo”, afirma o dirigente.  

“Nós precisamos refletir mais sobre as condições de trabalho ideais e as que não queremos para os nossos colegas vigilantes, que travam uma batalha pela unificação nacional do salário e que lutam ao nosso lado para que o estatuto da segurança bancária, atualmente parado no Congresso Nacional, seja atualizado”, afirma Damarindo.

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