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Para especialistas, “Nova Previdência” vai trazer prejuízos para a população mais pobre e enriquecer os investidores financeiros

27 Mar

Para especialistas, “Nova Previdência” vai trazer prejuízos para a população mais pobre e enriquecer os investidores financeiros

Cerca de 200 pessoas, entre alunos e comunidade, compareceram ao Debate Olhar Sob a Previdência, com o deputado Chico Vigilante, o ex-ministro Ricardo Berzoini e a deputada federal Erika Kokay, na noite desta quinta-feira, no Campus São Sebastião do Instituto Federal de Brasília (IFB).

Os palestrantes alertaram sobre os perigos que o projeto de lei do Governo Bolsonaro da chamada ‘Nova Previdência’ vai trazer retrocessos para a população brasileira e até mesmo para a economia e desmascararam o argumento governista de que a mudança é para cortar privilégios.

Também foi consenso que as mudanças planejadas servirão para atender aos interesses do capital financeiro e especulativo, uma vez que, uma das principais ideias do governo é fazer com que as aposentadorias e pensões sejam geridas por meio da capitalização fincam ceira, como é no Chile, por exemplo, em vez de ser por meio do Estado brasileiro.

A palestra desta quinta-feira é mais uma das ações que o gabinete do deputado Chico Vigilante está promovendo para informar a população brasiliense sobre os perigos da reforma da previdência, em especial, para a classe trabalhadora e para os mais pobres.

O deputado Chico Vigilante informou a plateia que a proposta de reforma da previdência vai beneficiar aos investidores nas Bolsas de valores e especuladores. Ele alertou que, em um país com 210 milhões de habitantes, o número de investidores em ações e capital soma um número muito reduzido de 70 mil famílias.

Para Chico, esse projeto de entrega das aposentadorias dos brasileiros para o capital financeiro só está sendo possível porque o país elegeu para presidente um político despreparado que não tem conhecimento de economia. Para ele, a única maneira de evitar com que o projeto avance e a previdência seja ferida de morte, é com a população se mobilizando e protestando nas ruas contra a proposta, assim como aconteceu no fim do Governo Temer.

“A única maneira de barrar a reforma da previdência é com o povo nas ruas e em discussões, como esta. Foi a mobilização popular que derrotou o avanço da Reforma da Previdência do Governo Temer. Tanto, que eles, agora, mudaram o nome para ‘Nova Previdência”, destacou.

Chico Vigilante também criticou a forma privilegiada com que o Governo Bolsonaro está lidando com os militares na reforma. Se, antes, a ideia era não incluir as forças armadas no escopo da mudança, agora, para acalmar a opinião pública, o governo resolveu inserir os militares concedendo uma série de privilégios, como um aumento nos rendimentos. “Estão reestruturando a carreira dos militares para poderem concluir a reforma da Previdência”, destacou.

Para a deputada Erika Kokay, caso a reforma da previdência seja aprovada e sejam implementadas todas as modificações pretendidas pelo Governo Bolsonaro, a aposentadoria de grande parte da população brasileira vai acabar.

Para ela, é um equívoco da equipe do governo querer basear a reforma como base na expectativa de vida no país. Erika salientou que a expectativa de vida no Brasil é amplamente variável de acordo com as regiões brasileiras e, dessa forma, a população, caso venha a se aposentar, será com rendimentos muito baixos.

A deputada calcula que, para se aposentar com rendimentos próximos ao da vida ativa, um cidadão terá que trabalhar e contribuir por um período de 40 anos. “É uma crueldade com o povo. Essa reforma não é para acabar com privilégios”, destacou.

Erika Kokay também desmascarou a informação do governo de que a reforma da Previdência vai gerar economia de 1 trilhão de reais nos próximos anos. A deputada elucidou que a dita economia será feita cortando os benefícios dos mais pobres, em especial, dos idosos e dos trabalhadores rurais.

R$ 700 bilhões serão retirados dos trabalhadores rurais, que não terão como comprovar a atividade. Mais 180 bilhões surgirão do corte em benefícios, como o Benefício de Prestação Continuada, que é pago para idosos em situação de pobreza extrema; salário-família e abono salarial.

Ela também pregou a mobilização como forma da população se contrapor ao projeto. “Se a gente não reagir, eles vão arrancar o que conquistamos com muito suor e trabalho”, disse.

O ex-ministro da Previdência Social dos governos do PT, Ricardo Berzoini, afirmou que a reforma pretendida pelo Governo Bolsonaro é injusta e vai comprometer o presente e o futuro do País.

Ele destacou que a Previdência Social é um mecanismo de proteção social dos brasileiros e é um conceito muito maior do que o simples pagamento de aposentadorias.

Na opinião do ex-ministro da pasta, o governo deseja implantar a nova previdência gerando prejuízos para os mais pobres, para os trabalhadores rurais e para os idosos.

Ele alertou que não se deve extrair o caráter solidário da previdência, em que milhões de famílias brasileiras recebem cobertura por meio de abonos, seguros e aportes, para atender ao mercado financeiro.

“O capital circulante no sistema previdenciário brasileiro atiça o sistema financeiro. Para acabar com a previdência solidária, o governo ataca os trabalhadores mais pobres”, destacou.

Berzoini explicou que o aumento da idade mínima para a aposentadoria e do tempo de contribuição vai excluir cerca de 60% dos trabalhadores com possibilidade de se aposentarem. “O que o governo quer é roubar o presente e o futuro dos brasileiros, trazendo graves prejuízos sociais para a população brasileira”, afirmou.

O moderador do debate, o professor do IFB, Pedro Isaac, afirmou que o modelo de reforma da previdência apontado pelo Governo Bolsonaro é inviável. Ele declarou ser favorável ao aprimoramento da Previdência do país e que haveria um deficit no sistema previdenciário, mas que, no entanto, não haveria a urgência defendida pelo governo para uma reforma.

Fonte: Chico Vigilante, Deputado Distrital e Diretor da CNTV

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