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Empresa que administra presídios no AM é ligada a grupo que deve R$ 200 milhões

10 Jan

Empresa que administra presídios no AM é ligada a grupo que deve R$ 200 milhões
Trecho da sentença da Justiça de Goiás decretando a falência do Grupo Coral

A Umanizzare Gestão Prisional Ltda., empresa que administra o presídio onde ocorreu o massacre de 56 presos no Amazonas, é ligada ao Grupo Coral, um conglomerado de 11 empresas com sede em Goiás que faliu em 2015 e que deixou de pagar a pelo menos 9.000 trabalhadores. Enquanto a Umanizzare faturou pelo menos R$ 650 milhões entre 2013 e 2016 no Amazonas, o Grupo Coral acumula dívidas estimadas em R$ 200 milhões.

O elo entre a Umanizzare e o Grupo Coral é o empresário Lélio Vieira Carneiro Filho, sócio da Umanizzare, ex-CEO do Grupo Coral e filho de Lélio Vieira Carneiro (fundador do conglomerado goiano).

Apesar de não aparecer no quadro societário da empresa junto à Receita Federal, Lélio Júnior foi indicado pela Umanizzare, em dezembro de 2014, como um dos seus representantes na chapa que disputou a presidência do Sinesps (Sindicato Nacional das Empresas Especializadas na Prestação de Serviços em Presídios e Unidades Socioeducativas).

O Grupo Coral é um conglomerado fundado em 1972. Em mais de três décadas, o grupo se transformou em um dos maiores do país no setor de prestação de serviços como limpeza, conservação de prédios públicos e vigilância e atuava em diversos Estados do país.

Em 2011, o Grupo Coral ingressou com um pedido de recuperação judicial. O conglomerado alegou passar por “dificuldades geradas pela crise financeira mundial”. Em 2012, as dívidas do grupo eram avaliadas em R$ 76 milhões.

Em julho de 2015, a Justiça do Estado de Goiás decretou a falência do grupo. Atualmente, segundo o administrador da massa falida, Leandro Almada, a dívida com credores privados é estimada R$ 140 milhões.

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Na tragédia dos presídios de Manaus, o mesmo DNA da irresponsabilidade da Segurança Privada

Quando, nas primeiras notícias das chacinas do Presídio de Manaus, apareceu o nome de empresas terceirizadas em sua gestão, não tínhamos nenhuma dúvida dos personagens que estariam por trás delas. Então, outras notícias deram conta de uma sócia laranja, morando em uma casa simples de Fortaleza. No emaranhado de empresas e sociedades e outra coisa muito comum: o volume de recursos envolvidos (milhões), as notícias de superfaturamento e a irresponsabilidade/faz-de-conta na gestão do presídio. 
O nome do Grupo Coral e do falido (de fachada) Lelio Vieira não passa despercebido pelos vigilantes de Goiás, Brasília, Minas e Rio de Janeiro, vítimas da fraude da recuperação judicial que levou a decretação da sua falência. Falências onde o golpista sai muito mais rico, como é o caso Coral.
O caso, pelo olhar da segurança privada, da Policia Federal e do Congresso Nacional, requer uma profunda revisão, uma vez que está tramitando no Senado (já aprovado na Câmara) o PL 4.238/2012 propondo exatamente a legalização destas atividades de gestão de presídios para a segurança privada, sem que fique claro requisitos como qualificação técnica, responsabilidade e limites.
Sempre temos dito que a terceirização irresponsável sai muito caro para os trabalhadores caloteados, mas tem sido muito caro e cruel para a população, a cidadania e a dignidade das pessoas.
A irresponsabilidade da Umanizzare e de quem a contratou precisa ser apurada a fundo e receber condenação exemplar. São criminosos tal qual.
José Boaventura Santos
President da CNTV

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