A morte de mais um vigilante, vítima da violência que atinge as cidades e que tem perseguido a categoria, levou vigilantes de Recife (PE) à Estação Werneck na manhã desta terça-feira (30). Desde 6h da manhã os trabalhadores, apoiados pelo Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco (Sindesv-PE), repudiaram mais esse caso e lembraram a precariedade das condições de trabalho – inclusive com salários e benefícios atrasados.

                Segundo o presidente do Sindesv-PE e diretor da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), José Inácio Cassiano de Souza, houve redução no quadro de funcionários com argumento de que havia crise financeira. “Agora, com poucos vigilantes, a situação está ainda pior”, afirmou. “Não bastasse isso, os trabalhadores estão há dois meses sem receber salário e quatro sem vale alimentação. Foram três adiamentos para pagar e até agora, nada”, denunciou.

                Informações da Polícia Militar afirmam que a morte do vigilante, de 51 anos, foi para levar sua arma. Trêshomens estacionaram um veículo na frente da entrada de acesso às catracas, entraram no metrô e, na plataforma de embarque e desembarque, efetuaram disparos contra o segurança, que foi atingido na cabeça e no pescoço e morreu no local.

                Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o crime aconteceu às 11h45. A Polícia Militar fez buscas na região e chegou a deter três pessoas, que foram levadas para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife.

                A CNTV repudia mais esse caso de violência e se solidariza à família e amigos do companheiro, que pagou com a vida pela falta de segurança e descaso das empresas. “Precisamos reforçar, e lutar incansavelmente, pela elaboração e cumprimento do plano de segurança em cada posto de trabalho com o objetivo de preservar a vida dos vigilantes”, afirmou o presidente da entidade, José Boaventura.

Acampamento contra a violência

                Os vigilantes de Recife prometem acampar na estação caso a CBTU ou a empresa terceirizada não respondam sobre as reivindicações da categoria. Além do pagamento dos atrasados, os trabalhadores querem mais segurança e melhores condições de trabalho.