A Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP) se reuniu nesta quarta-feira (26), na sede da Polícia Federal (PF) em São Paulo para avaliar os relatórios dos Grupos de Trabalho (GT) criados para debater e buscar soluções para os problemas enfrentados pelos trabalhadores nos segmentos de escolta armada e carro-forte. Após mais de 60 dias da criação dos GT’s, a PF estendeu o prazo para conclusão por mais 30 dias. Um dos principais motivos é que, no relatório apresentado separadamente pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) a entidade deixou claro que não concorda com as conclusões apresentadas pelos patrões, salvo alguns pontos.

                A orientação do diretor-executivo da PF, Dr. Rogério Galloro, é que as entidades patronais e laborais se esforcem nos grupos para encontrar soluções para os gargalos ainda existentes nos temas de escolta armada e carro-forte. A CNTV entende que é imprescindível constar nos relatórios itens como melhoria no armamento, locais seguros para parada dos veículos para abastecimento e recolhimento de numerário em bancos, supermercados, entre outros. Também é fundamental que o limite, em cada operação de embarque e desembarque, seja de no máximo R$ 300 mil, enquanto o valor transportado não poderá ultrapassar R$ 5 milhões.

                Por outro lado, os patrões seguem negando a necessidade dos limites e insistem em “encaminhamentos superficiais”, como descreveu o presidente da CNTV, José Boaventura. Enquanto os representantes dos trabalhadores pedem blindagem imediata de todos os veículos, os empresários querem blindar apenas alguns carros e em um prazo de cinco anos, além de acharem necessário escolta armada com carro blindado e uso de veículo mais potente somente quando o valor exceder R$ 1 milhão. A CNTV quer o fim de veículos 1.0 por entender que a potência baixa restringe a reação dos trabalhadores em casos de ameaça.

                A CNTV também defende que haja melhoria nos armamentos. “Faz parte do relatório dos patrões a inclusão de treinamento com tiro de 38, o que nós concordamos, mas não é tão importante quanto cuidar dos outros requisitos”, avaliou Boaventura. “Vamos dar continuidade aos debates para tentar avançar o máximo possível e garantir cada vez mais a segurança dos vigilantes”, assegurou.

PF cria dois novos GT’s

                Além da extensão de 30 dias, a PF também criou dois novos grupos de trabalho: segurança bancária e monitoramento. A coordenação do primeiro ficou a cargo da Contraf-CUT, entidade que representa os trabalhadores bancários; já o segundo, está sob coordenação da CNTV.

                Segundo Boaventura, o segmento de monitoramento eletrônico está sem regulamentação e, por conta disso, tem gerado uma série de anomalias e questionamentos como, por exemplo, quantos monitores podem ser acompanhados ao mesmo tempo.

                No GT de segurança bancária estarão em pauta itens como a blindagem dos vidros, as agências de negócios e a instalação de caixa eletrônico em locais seguros.

                As reuniões devem começar já em setembro, mas ainda não têm datas definidas.

                Participaram da reunião o presidente da CNTV, José Boaventura; o secretário geral da CNTV, Cláudio José; o secretário de Relações Internacionais, Adriano Linhares; e o diretor do Sindicato dos Vigilantes de Petrópolis, Luiz Cláudio Calsavara.