Com a greve dos vigilantes suspensa até amanhã (8), as agências bancárias de Três Lagoas voltaram a funcionar para atendimento ao público ontem (6). Aqueles que foram aos bancos tiveram de enfrentar enormes filas, já que as instituições financeiras estavam sem atendimento ao público desde a sexta-feira (1º). Os vigilantes de Mato Grosso do Sul, representados pelos sindicatos de Campo Grande, Dourados e Naviraí resolveram em assembleia geral da categoria, realizada na terça-feira (5), suspender temporariamente a greve.


O porteiro Hector Cesar Viana estava na fila para receber, algo que estava tentando fazer desde a segunda-feira (4). Como ainda não tem o cartão do banco, não pode usar o caixa eletrônico, tendo que ir direito à boca do caixa “Estou apertado para pagar as contas. Além disso, o banco atrasa e ainda cobra juros!�, reclamou Hector, referindo-se aos boletos e aos cartões de crédito.


Caso parecido ocorreu com Jhones da Cruz Ladislau. Desempregado, ele estava tentando receber uma parcela do seguro desemprego desde a sexta-feira. Também sem o cartão do banco, o jeito foi esperar a abertura da agência para efetuar o saque. “Estou com as contas atrasadas! Tenho aluguel, luz e outras coisas pra pagar�, diz.


O auxiliar de departamento de pessoal, Júlio Eduardo Correa Pereira, demonstrou que o problema afeta não só as pessoas, mas também as empresas. Ele trabalha em um escritório de contabilidade e conta que teve dificuldade em fechar a folha de pagamento. “Para fazer isso, precisamos pegar o número do PIS dos funcionários e isso só posso fazer na Caixa. Essa greve atrasou nosso trabalho em uma semana!�, afirmou.


O gerente do HSBC, Magno Vilela, reiterou que os bancos não têm participação na greve e que têm feito o possível para atender não só os clientes, mas a comunidade. “Como é começo de mês, muitas pessoas tiveram problemas com o recebimento de pagamento, como, por exemplo, os aposentados�, lembra.
Com relação às operações de saque e depósito nos caixas eletrônicos, Magno confirmou que já estão podendo ser feitas normalmente.


Acordo


O acordo para a suspensão da greve teve a participação do próprio TRT/MS (Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul), que inicialmente havia emitido uma liminar pedida pela multinacional Brinks para o retorno de 50% dos grevistas, mas que diante da insistência da continuidade da greve, tomou outra postura frente ao atrito entre trabalhadores e empresas.


O desembargador federal Ricardo Geraldo Monteiro Zandona propôs uma composição em audiência com intermediação do tribunal para resolução do conflito, solicitando que a direção dos sindicatos patronais e dos funcionários apresentasse para a assembleia geral a proposta de suspensão da greve até a próxima sexta-feira (8), às 14h. Nesta data, deverá ser apresentada uma posição oficial do sindicato patronal, que na terça-feira, cancelou a primeira rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho 2013.


Vale lembrar que a greve ocorre pela exigência do cumprimento da Lei Federal 12.740, que obriga as empresas de segurança privada a pagarem o adicional de 30% sobre o risco de vida.