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Trânsito, segurança e greves põem à prova ajustes para Jogos

25 Jul

LONDRES — A capital olímpica começa a viver nesta quarta-feira o primeiro de três dias de testes decisivos antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Logo pela manhã, entram em operação os 50km de faixas exclusivas de trânsito para a família olímpica, algo que tem tirado o sono de motoristas, pedestres e até das autoridades de transporte. Uma maciça campanha de informação nos jornais, no rádio e na internet tem conclamado os londrinos a evitar dirigir nas áreas olímpicas.

Mas não é só: funcionários do controle de passaportes confirmaram a grave geral, marcada para amanhã, na principal porta de entrada, o Aeroporto de Heathrow, prometendo levar o caos na véspera da festa de abertura. E no dia da festa, os maquinistas do metrô ameaçam parar, depois de já terem garantido mil libras de bônus pelo trabalho extra.

O megaevento se tornou de moeda de troca para reivindicações de categorias que deflagraram movimentos trabalhistas nos últimos meses, em busca de melhores condições. A greve de 24 horas dos funcionários do controle de passaportes, marcada para a véspera da cerimônia de abertura, é a paralisação mais polêmica. Vinte por cento da categoria votou pela paralisação, mas 57,2% dos agentes apoiam a decisão do sindicato, que reclama do corte de pessoal e das mudanças nas aposentadorias.

— A vida dos funcionários piorou e se tornou intolerável com esses cortes. Estamos num ponto de rompimento total — defendeu o secretário-geral do sindicato da categoria, Mark Serwotka.

Taxistas ameaçam paralisação

Motoristas de táxis — os famosos Black Cabs — também ameaçam com uma paralisação no dia da cerimônia de abertura (sexta-feira) caso não lhes seja permitido trafegar na faixa olímpica, reservada aos ônibus e veículos da família olímpica. Semana passada, cerca de 200 motoristas bloquearam o tráfego na Praça do Parlamento e fizeram um buzinaço na região de Westminter, protestando contra a decisão da prefeitura de Londres e da ODA, a equivalente à Autoridade Pública Olímpica. Segunda-feira passada, fizeram outro buzinaço na Tower Bridge.

Os motoristas ficaram furiosos ao saberem que ministros e políticos poderão usar, a partir desta quarta-feira, as faixas exclusivas — apelidadas de Zil, em alusão ao tratamento especial dado às limusines Zil dos altos funcionários da antiga União Soviética — reservadas para 4 mil BMWs e 1.500 ônibus que transportarão membros da família olímpica.

Nesta terça-feira, mais 1.200 militares foram colocados em ação para reforçar a segurança dos Jogos, aumentando o efetivo extra do Exército em cinco mil homens, por causa da crise provocada pela empresa G4S. Vencedora de uma concorrência de 280 milhões de libras (R$ 888 milhões), a empresa não conseguirá entregar nem mesmo sete mil dos dez mil homens que havia assegurado em contrato para ajudar nos serviços de controle de entradas em instalações olímpicas.

Segundo o diretor executivo do Comitê Organizador, Paul Deighton, a decisão de apelar para a convocação de mais militares é a maneira encontrada de evitar mais surpresas desagradáveis promovidas pela G4S.

— Foi uma grande decepção. Fechamos contrato com a maior empresa de segurança privada do mundo, que tem nosso governo como maior cliente. Eles nos garantiram entregar dez mil seguranças, mas não conseguiram entregar cinco mil — disse Deighton. — A empresa mostrou não ser confiável.

Exército e polícia serão reembolsados

Deighton admitiu que os militares são mais bem treinados e que passam maior segurança a quem entra no Parque Olímpico. Todos os funcionários da G4S já foram substituídos nos acessos do Parque por soldados.

Diretor-executivo da G4S, Nick Buckles admitiu que sua empresa causou uma “confusão humilhante” para os britânicos e prometeu reembolsar Exército e polícia pelos homens a mais que foram obrigados a disponibilizar.

Outros 9,5 mil policiais do serviço metropolitano integram o plano de segurança dos Jogos, monitorando regiões mais movimentadas de Londres e áreas externas e internas do Parque Olímpico. Eles circulam em duplas até pelo interior do Shopping Westfield, o maior da Europa e vizinho ao Parque.

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