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Proprietários buscam blindar lotéricas

13 Jul

Sistemas de Circuito Fechado de Televisão (CFTV), instalação de portas giratórias, agendamento com empresas especializadas no serviço de coleta e transporte de valores e seguranças armados não têm sido suficientes para conter a onda de assaltos a casas lotéricas. Com medo e cansados de serem vítimas desse tipo de crime, empresários baianos estão investindo em segurança com blindagem.

Comerciantes do ramo que têm interesse em recorrer a essa forma de proteção, Emerson Mendonça, vice-presidente da Câmara de Blindagem Arquitetônica do Brasil e diretor executivo da Loteck - empresa especialista no segmento, faz um alerta: "a Caixa Econômica Federal oferece bonificação com adicional de segurança, desde que sejam apresentadas as devidas certificações da empresa blindadora".


Antes tida apenas como casa de jogos e apostas, as casas lotéricas passaram por uma grande evolução nos últimos anos e hoje expandem sua atuação ao oferecer aos clientes diversos serviços, inclusive pagamentos variados, saques e empréstimos consignados. Porém, a evolução do negócio fez com que criminosos que antes assaltavam agências bancárias migrassem para as lotéricas.
Como funciona a Blindagem - De acordo com Mendonça, alguns dos recursos utilizados pelos donos de lotéricas não têm sido suficientes para evitar assaltos. Segundo o especialista, em decorrência do crescente número de assaltos a procura por esse tipo de segurança tem crescido bastante na Bahia contabilizando um total de mais 20 solicitações de blindagem este ano em todo estado.

O material utilizado na blindagem das casas lotéricas é o vidro plano, mesmo usado no revestimento veicular. Porém, com uma estrutura de vidro mais fina e revestido com aço a prova de balas.

O vidro utilizado resiste ao calor e tem garantia de dez anos. Alguns fabricantes produzem variações diferentes de vidros, mas basicamente, eles são feitos pela sobreposição de camadas de um material de policarbonato entre pedaços de vidro comum, em um processo chamado laminação. Esse processo cria um material semelhante ao vidro, mas que é mais espesso que o vidro normal. O vidro à prova de balas tem de 7 a 75 mm de espessura.

Quando uma bala é disparada em um pedaço de vidro à prova de balas, ela consegue perfurar a camada exterior dele, mas o material disposto em camadas de policarbonato e vidro consegue absorver a energia da bala.

De acordo com o especialista, as empresas especializadas no projeto de desenvolvimento e instalação de módulos blindados para casas lotéricas, têm que atuar em parceria com fabricantes de material opaco e transparente devidamente registrados e regularizados no Exército Brasileiro, órgão que fiscaliza o setor, com compostos testados e certificados e oferecimento de total garantia de seus produtos e serviços.

"Essa regularização é fundamental para mostrar que a empresa é séria e com profissionais especializados e capacitados para realizar um serviço de extrema importância, que é o da proteção de vidas", afirma o engenheiro Emerson Mendonça dos Santos, Diretor Técnico da empresa Loteck.
Número de assaltos caiu
A Loteck com sede em São Paulo, já blindou cerca de 150 casas lotéricas espalhadas em diversos estados brasileiros inclusive na Bahia. "Na Bahia, onde já realizamos esse tipo de serviço, foi notada uma sensível redução no número de assaltos aos guichês de atendimento, principalmente os de rápida ação, quando criminosos entram nas lotéricas e após coagir as atendentes com o uso de arma de fogo, subtraem grandes quantias de dinheiro em ações que duram poucos minutos", afirma Emerson.

Investimento - O investimento para blindar um estabelecimento de médio porte com até cinco guichês varia entre R$ 35 a R$ 45 mil. Porém, a Caixa Econômica Federal oferece bonificação com adicional de segurança no valor de R$300 mensais para os empresários que possuem estabelecimentos blindados. Além disso, a Caixa tem linhas de financiamento para quem deseja instalar o serviço de segurança.

O empresário baiano Roque Moreira, que teve a lotérica da estação da Lapa assaltada na última terça-feira (9), afirma que a blindagem é realmente uma opção segura. Ele conta que já blindou seis das suas casas lotéricas para evitar assaltos.

"Depois da blindagem conseguimos reduzir as tentativas de roubos e principalmente garantir a segurança dos clientes e funcionários. Investi R$ 250 mil para blindar, mas valeu a pena", declarou.

De acordo com Valdir Silva presidente do Sindicato dos Lotéricos, Assemelhados e Correspondentes Bancários da Bahia (Sinloba), das 174 casas lotéricas da capital e Região Metropolitana do Estado 50 já são possuem serviços de blindagens. Segundo Silva, a blindagem feita com vidros de estrutura metálica tem sido uma alternativa de segurança para as casas lotéricas, que só este ano já sofreram 59 assaltos, sendo a última na terça-feira, em uma Lotérica, no bairro do Rio Vermelho.

"Mesmo com todo equipamento de monitoramento ainda não foi possível evitar os constantes assaltos. Esperamos que futuramente todos os estabelecimentos estejam com o serviço de blindagem operante", disse.
Ocorrência deve ser registrada
Com o objetivo de facilitar as investigações em relação a roubos a casas lotéricas, a Secretária de Segurança Pública do Estado (SSP) está recomendando as vítimas se dirigirem a Delegacia de Furtos e Roubos localizado, na Baixa do Fiscal para prestar queixas.

Segundo delegado titular da delegacia Marcos Cezar, a medida foi tomada na última segunda-feira (09), após reunião com empresários e representantes do Sinloba onde os empresários foram orientados a buscarem medidas de segurança mais eficaz como a blindagem e também se dirigirem
a unidade policial para registrar a ocorrência.

Segundo Cezar, a maioria dos assaltos a estes estabelecimentos são cometidos pelos mesmos suspeitos, e como as vítimas geralmente registram a queixa em delegacias não especializadas, vinha dificultando o processo de investigação e consequentemente a prisão dos suspeitos. "Queremos concentrar todas as ocorrências na Delegacia de Furtos e Roubos para facilitar as investigações já que a maioria desses assaltantes agem de forma coletiva", declarou.

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