Os bandidos que assaltaram a agência Presidente Dutra do Itaú, no Jardim América, em 16 de abril, mandaram um recado avisando que vão voltar. A unidade fica numa área perigosa e pouco policiada. Os bancários estão amedrontados e se sentindo acuados. Clientes também estão com medo. Apesar de cobrado pelo Sindicato, o banco não tomou as medidas necessárias para garantir a segurança da unidade.
A diretora do Sindicato Ieda Maria da Silva entrou em contato com o Itaú para exigir a recolocação das grades, contratação de mais dois vigilantes e, junto à Secretaria de Segurança, um policiamento decente na área. O representante do Itaú disse que as grades não poderiam ser repostas “porque não fazem parte do layout do banco�. Comprometeu-se a disponibilizar apenas mais um vigilante, fora da agência. Fez contato com a Polícia Militar, mas a única novidade foi um carro da PM que começou a passar de vez em quando pela unidade.
Risco para bancários e clientes
Ieda acusa o Itaú de descaso. Lembra que vem denunciando a insegurança desde o ano passado, mas nada foi feito. O assalto que ocorreu em abril, portanto, era uma questão de tempo. Ieda relata que logo após a fusão com o Unibanco (2009), o Itaú mudou o layout da agência, retirando, em 2010, as grades de ferro que protegiam o vidro que dá para a rua. Também não instalou a porta giratória na entrada da sala de autoatendimento, fragilizando a segurança. E foi exatamente por esta porta que os assaltantes entraram. Depois, quebraram com uma marreta a vidraça que dá para a agência, rendendo os dois vigilantes e os bancários e levando todo o dinheiro que seria entregue ao carro-forte. O ataque foi facilitado, também, porque o Itaú não pressionou a PM para que melhorasse o policiamento.
Trauma
Os bancários e vigilantes da Presidente Dutra estão traumatizados. Trabalham sobressaltados e se assustam com qualquer barulho. Ieda lembra que quando era do Banco Nacional, a unidade sofreu 12 assaltos. Quando passou para o Unibanco e foram colocadas grades, não houve mais ataques. Com a retirada e a não instalação da porta giratória no autoatendimento, o clima de insegurança voltou e a situação permitiu o assalto do dia 16 de abril. “É um absurdo o maior banco privado do país agir com este descaso, sabendo que estão ameaçadas as vidas de bancários e clientes�, afirmou Ieda.