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Contratação de segurança privada necessita de atenção

23 Mar

Contratar uma empresa de segurança é, para muitos empresários ou síndicos, fator de tranqüilidade para os que ali trabalham ou residem. Infelizmente a realidade tem mostrado que entre a sensação de segurança e a efetiva segurança há uma grande diferença. A fatalidade registrada na última sexta-feira, quando um cliente foi morto por um segurança em uma casa noturna de Araranguá, reacende a discussão sobre os critérios utilizados pelas empresas especializadas em segurança privada para contratação de seus funcionários e também a escolha de alguns empresários pelo menor preço, que acabam contratando empresas de segurança clandestinas.

Para o delegado da Polícia Federal Rafael Broietti, sensação de segurança é obtida pela presença física do agente de segurança, que está à vista do contratante ou do público. Já a efetiva segurança é obtida pelas atitudes do homem de segurança, que devem ser pautadas no conhecimento técnico, na iniciativa, no bom senso e no tato com as pessoas. De acordo com ele, por ano a Polícia Federal, órgão responsável por fiscalizar e regulamentar o funcionamento deste tipo de serviço, tem conseguido fechar uma série de empresas irregulares que funcionam sem alvará.

Na opinião do delegado, ao contratar uma empresa de segurança, muitos detalhes deveriam ser levados em consideração, como a sua idoneidade. Pode ser uma empresa clandestina, daquelas que somente usam coletes escrito segurança; ou pode ser uma empresa legalmente constituída, mas totalmente irregular nas suas obrigações. "Temos recebido uma série de denúncias contra empresas deste tipo. Nossas operações de fiscalização são constantes e vamos apertar ainda mais o cerco," promete.

Diante da onda de violência que tem assolado a região, a segurança privada transformou-se em um negócio da China. A insegurança da sociedade, aliada a inoperância do Estado, motiva que surjam, a cada dia, novas empresas clandestinas de segurança. "Elas são despreparadas, irresponsáveis, contratam pessoas desqualificadas e no final a responsabilidade recai sobre o contratante. Muitas chegam a entregar armas aos seus homens", diz Rafael Broietti.

A segurança privada é controlada pelo Ministério da Justiça, através do Departamento de Polícia Federal. Para que uma empresa possa funcionar legalmente é exigido um documento chamado Certificado de Segurança, que apenas pode ser fornecido após o cumprimento de todos os ritos processuais estabelecidos na legislação, através de uma vistoria na sede da empresa. É ele também que permite à empresa adquirir armas. Em seguida, é fornecida a autorização de funcionamento.

Mas possuir estes documentos não significa que a empresa esteja totalmente em dia. Algumas perguntas precisam ser respondidas antes de assinar o contrato. Todos os vigilantes são legalmente qualificados e reciclados? Os armamentos e equipamentos são legais e estão em boas condições de uso?

Para Diego Gonçalves, gerente geral da Atus Vigilância, maior empresa do ramo de segurança privada da região e em dia com as exigências da Polícia Federal, escolher um funcionário exige um rigoroso processo de seleção. Ele afirma que não basta possuir um curso de formação na área. É preciso passar em uma série de outros critérios e ser avaliado por uma psicóloga especializada no assunto.A cada dois anos, todos os 90 vigilantes da Atus passam por reciclagem de conhecimento para ter a licença validada e o atendimento psicológico fica permanentemente a disposição do grupo.

Um vigilante já recebeu diagnóstico de depressão e foi encaminhado para tratamento sendo afastado das funções. "Não podemos ter alguém depressivo e com uma arma na mão. Temos uma responsabilidade muito grande e precisamos estar sempre atentos," diz Diego. De acordo com a psicóloga Thaís Soares, cerca de 70% dos entrevistados que concorrem a uma vaga de vigilante da empresa acabam reprovados. Através de entrevistas e testes ela procura descobrir a índole do candidato, e saber entre outros fatores se ele possui autocontrole, além de identificar o índice de agressividade e a forma como lida com pressões. "Cabe a Polícia Federal descobrir se o vigilante possui algum envolvimento criminal e a nós psicólogos cabe verificar se possui algo imoral ou problemas de saúde mental. É preciso detectar se os futuros seguranças são equilibrados," explica.

A lei exige 160 horas de curso para formação do vigilante. As empresas clandestinas ignoram essa regra e contratam pessoas sem qualificação. De acordo com a Polícia Federal, outras %%alugam%% o alvará de uma empresa legal para atuar em determinados eventos. Apesar de difícil comprovação, o caso existe e é registrado com frequência na região. No caso do segurança envolvido na morte no estacionamento do Zimbauê, em Araranguá, de acordo com o delegado da Polícia Federal Rafael Broietti, a empresa para qual ele presta serviço era legal e não possui restrições junto à polícia.

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