Cancelar
Acesso CNTV

Quadrilhas preferem periferia à região central para arrombar caixas

20 Mar

O cenário de arrombamento e explosão de caixas eletrônicos tem levado a Polícia a mapear a ação das quadrilhas. Pelo comportamento dos crimes já registrados em sete cidades do interior e três situações em Campo Grande, o delegado do Garras responsável pela investigação, Roberval Maurício Cardoso, afirma que se tratam de várias quadrilhas com um ponto em comum: preferem a periferia à região central.

O crime “da moda”, de arrombar ou explodir caixa eletrônico tem como alvo regiões com pouca movimentação de pessoas e um quesito a mais. Segundo o delegado, o dispositivo que tinge as notas “vítimas” de explosão se concentra apenas na região central da cidade, excluindo a área periférica, o que acaba sendo vantagem para ação das quadrilhas nos bairros.

O fator facilita a ação dos bandidos, de dezembro até hoje, quando os arrombamentos começaram, não foi registrado nenhum caso de notas tingidas. Mas mesmo assim, o delegado alerta. “Eles ainda podem lavá-las”.

Desde o final do ano até março, ocorreram crimes nos municípios de Ladário, Ivinhema, Dourados, Naviraí, Paranaíba, Ribas do Rio Pardo, Terenos, além de Campo Grande, onde foram três casos.

O último da Capital ficou só na tentativa, aconteceu na madrugada deste domingo. O caixa eletrônico do Banco do Brasil do Prático no bairro Aero Rancho não foi arrombado, apesar de o trio permanecer 1h30 na central e fazer a agente patrimonial refém, acabou o gás do maçarico e a região que deveria ter sido cortada, ficou apenas marcada.

Para o delegado que acompanha mais este caso, o bando não se trata exatamente de amadores, mas sim de um grupo com menos experiência na prática do crime. “Ou eles levaram o botijão com pouco gás ou não tem experiência na pressão do fogo”, comentou.

O número de casos fez com que a Polícia traçasse uma estratégia para identificação das quadrilhas, um mapeamento de onde já passaram para chegar à forma de agir dos bandidos.

Primeiro o delegado explica que se trata de várias quadrilhas pelo modo de agir. “Tem crime que eles roubam em quatro, outro em cinco, outro em seis. E o tipo de arma também é diferente. Eles vem, estouram e vão embora, tem geralmente dois casos ao mesmo tempo”, reforça o delegado.
Segundo a Polícia a maioria dos grupos conta com a participação de ex-presidiários envolvidos. “Pela proporção do crime é ex-presidiário. Tem que ter peito de chegar e roubar um banco”, considera.

Eles se organizam entre si e pedem auxílio na cidade alvo do roubo. Ainda de acordo com a Polícia, a cada município “visitado”, a quadrilha conta com um apoio central, que vai ter levantado anteriormente informações do local, do fluxo de pessoas e do abastecimento de dinheiro.

A frequência de arrombamentos e explosões tem levado a Polícia a mudar o efetivo para dar conta de tantos crimes. Como os arrombamentos têm sido na maioria pelo interior, os policiais que estão de saída dos plantões são os escalados para ir a cada chamado. Dentro do Garras, foram diminuídas as folgas e o plantões, dobrados.

Mais à frente o Garras tem previsto passar treinamento aos policiais civis do interior, quanto a explosão, arrombamentos e abordagens.

O delegado ainda ressalta a preocupação da Polícia se os crimes se tornarem mais violentos. Até então, os bandidos entram com os estabelecimentos fechados e fazem apenas uma pessoa refém.

“A preocupação é deles entrarem em 10,12, fechar todo mundo lá dentro e usar escudo humano”. Questionado se isso está longe de acontecer o delegado responde que não.

Caso – Na última quinta-feira (15), quatro homens armados com submetralhadora e pistola calibre 32 fizeram o vigia de um mercado no bairro Estrela do Sul, em Campo Grande, refém durante a madrugada para estourar o caixa eletrônico do estabelecimento.

Depois de entrar no mercado, por volta das 3h da manhã, eles usaram explosivos para conseguir pegar o dinheiro do caixa. Os quatro estavam encapuzados e usavam um carro preto. A Polícia ainda não chegou aos suspeitos.

0 comentários para "Quadrilhas preferem periferia à região central para arrombar caixas"
Deixar um novo comentário

Um valor � necess�rio.

Um valor � necess�rio.

Um valor � necess�rio.Mínimo de 70 caracteres, por favor, nos explique melhor.