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Bandos se aliam para explodir bancos no Sul

12 Mar

Bandos formados por gaúchos, catarinenses, paranaenses e até paulistas se associaram em consórcios criminosos para saquear, com uso de explosivos, bancos no Sul do pais

O Sul do país está sob ataque de pelo menos 14 quadrilhas, que encontraram no uso de explosivos o melhor meio de saquear bancos.

Para os bandos, formados por gaúchos, catarinenses, paranaenses e paulistas, bananas de dinamite se revelaram a forma mais rápida e eficaz de abrir cofres e caixas eletrônicos, mesmo com o risco de explodir a agência.

Dos assaltos com revólveres nos anos 1980 à tomada de pequenas cidades com uso de fuzis nos anos 2000, os bandos que agem nos três estados têm se adaptado nas últimas décadas aos mecanismos de segurança interpostos pelos bancos. Nesta escalada de violência, o uso de explosivos passou a ser difundido recentemente.

O jogo de xadrez entre criminosos e bancos remete ao final dos anos 1980. Primeiro vieram o reforço no número de vigilantes e a instalação de câmeras de segurança, depois as portas giratórias e as restrições nos volumes de dinheiro que circulam nos caixas. Essas estratégias de proteção foram dribladas pelos assaltantes com o uso de disfarces para enganar os vigias nas portas. Até marretas foram usadas para quebrar as paredes de vidro entre o banco e as áreas de autoatendimento.

Depois de dar início a uma onda de sequestros de gerentes, no início da década passada, os principais bandos descobriram que as agências do entorno das grandes cidades não mais guardavam em seus cofres quantias significativas. Passaram, então, a eleger pequenas cidades como alvos preferenciais, onde os bancos estão mais desprotegidos e a quantia de dinheiro é maior. A prisão de grandes grupos em 2010 arrefeceu por algum tempo o ímpeto dos bandidos por essa modalidade de ataque.

– Esses grupos vão se adaptando. E, neste sentido, tenho a certeza de que o uso de explosivo, combinado com armamento pesado, em ataques noturnos, é a nova modalidade de assaltos a banco – afirma o delegado Juliano Ferreira, titular da Delegacia de Roubos do RS.

A busca por alternativas mais rentáveis levou as quadrilhas a descobrir, ao longo dos anos 2000, que os caixas eletrônicos muitas vezes guardam mais dinheiro do que o cofre dos bancos. As primeiras investidas no Rio Grande do Sul foram com maçaricos. Os caixas eram levados em picapes e Kombis para terrenos baldios, onde eram violados. O uso de explosivos surgiu entre os assaltantes, agora, para abreviar a ação:

– Um caixa é aberto em três minutos com explosivo. Com maçarico, leva 30. Por isso o uso de dinamite. E está sendo fácil de adquirir – explica o delegado catarinense Renato Hendges.

A maioria das 14 quadrilhas que agem no Sul é formada por gaúchos e catarinenses, que passaram a se consorciar com paranaenses e paulistas, donos de armas pesadas. A principal vantagem dessa estratégia, dizem os policiais, é que assim os bandos aliam criminosos que conhecem a técnica de abertura dos equipamentos a comparsas que conhecem a região.

– Paranaenses são presos do lado catarinense e vice-versa, sinal de que estão integrados – explica o delegado paranaense Rodrigo Brown.

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