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Bancários criticam nova ronda da PM de São Paulo dentro das agências

09 Mar

Novamente vêm à tona notícias de que a Polícia Militar de São Paulo está deixando de cumprir seu papel de promover segurança pública para atender aos interesses privados dos banqueiros. Diante disso, o Sindicato dos Bancários de São Paul reforça sua posição de que investimento em vigilância de agências e concentrações é responsabilidade única e exclusiva dos bancos.

Reportagem da Folha de S.Paulo desta quinta-feira 8 denuncia que duplas de policiais têm a função de visitar pelo menos sete agências todos os dias, e pegar um carimbo com os gerentes das unidades para comprovar o cumprimento da missão.

Em bairros de classe alta, como o Morumbi, o número de locais a ser visitado chega a quinze. A prática foi confirmada também pelo Jornal do SBT, veiculado na noite de quarta 7. Uma equipe de reportagem acompanhou sigilosamente a rotina dos PMs às agências.

A missão de passar por várias agências prejudica a vigilância da população e do bem público, já que os PMs gastam boa parte do tempo agindo exclusivamente para os banqueiros. Em alguns casos, segundo o que os próprios policiais disseram anonimamente à reportagem, eles ficam uma hora esperando para coletar o carimbo, tempo esse em que deveriam estar nas ruas, à serviço da população. Um soldado afirmou, à reportagem do SBT, que inclusive não acredita na eficiência do serviço.

Insegurança

De acordo com dados de 2011, da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo, por hora, são roubados ou furtados cerca de 20 carros na capital paulista. A taxa de homicídios foi de um a cada duas horas. Se cada dupla de policiais perder cerca de 20 minutos em cada agência, são pelo menos mais de duas horas por dia fora de circulação na cidade que tanto carece de segurança.

Polícia de quem?

Esta não é a primeira vez em que surgem notícias dessa relação entre e PM e os bancos. Em meados do ano passado, reportagem do Jornal da Tarde denunciou a parceria, batizada de operação Saque Seguro, sob a justificativa de coibir o crime de "saidinha de banco". Na ocasião, o Sindicato, junto com os vigilantes, condenou a decisão - enviando inclusive carta à Secretaria de Segurança Pública - e defendeu a obrigação de os bancos investirem pesado em segurança privada 24 horas por dia.

A Febraban não esconde a parceria e chegou a publicar nota em seu site, comemorando a prática. Postura que mantém agora, quando o assunto volta às páginas de jornais.

Ainda segundo a Folha de S. Paulo, a federação dos bancos diz que "a parceria com a PM visa desenvolver um trabalho em conjunto para reduzir o delito de roubo aos usuários do sistema bancário nas proximidades das agências, cujos locais apresentam maior incidência criminal".

O comandante-geral da PM, coronel Álvaro Batista Camilo, também acha a parceria normal. "Há um interesse da sociedade na questão da segurança pública por conta dos crimes cometidos dentro e ao redor dos bancos", afirmou também para a Folha. "A operação é alvo de um estudo do Comando da PM. Nosso objetivo sempre é fazer com que o cidadão seja beneficiado. Não há conflito entre o público e o privado", completou.

O Sindicato mantém sua posição contrária à parceria. "Os bancos são o setor da economia que mais lucra no país. São bilhões e bilhões todos os anos. São eles que têm de investir, e pesado, em segurança privada 24 horas a fim de preservar a vida de clientes e funcionários. Têm de colocar portas de segurança eficientes, espalhar câmeras de vigilância e contratar, treinar e armar muito bem vigilantes em grande número", ressalta a presidenta da entidade, Juvandia Moreira.

"Colocar PMs para fazer esse serviço, além de um desrespeito à sociedade, é ineficiente, já que os policiais apenas cumprem uma função burocrática na agência", conclui.

Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo

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