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Gaeco procura 44 acusados de assalto a banco e 2 acabam baleados

15 Dez

A Operação Sétimo Mandamento (Não roubarás) foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (14) com o cumprimento, pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), de 44 mandados de prisão preventiva, 28 mandados de busca e apreensão residenciais, além da busca e apreensão de 30 veículos na região metropolitana de Cuiabá. Ironicamente, um dos envolvidos no esquema foi baleado durante um assalto a caixa eletrônico na cidade de Poxoréu (251 km ao Sul de Cuiabá).

Lúcio Conceição da Silva foi detido no município de Juscimeira depois de trocar tiros com policiais militares de Rondonópolis. No momento da ação, o acusado estava em companhia de outros três assaltantes que, apesar de não serem alvo da operação, também foram presos em flagrante, são eles: Aurides da Costa Souza, Magno Magaiver Assis Batista e Jaqueline Pereira Correia. Além de Lúcio, Magno também foi ferido durante a troca de tiros com a PM.

De acordo com fontes do Gaeco, além dos quatro assaltantes presos, existem outros quatro foragidos. Neste momento a polícia faz buscas na região.

De acordo com informações do Ministério Público Estadual (MPE), o objetivo da operação é desmantelar uma quadrilha especializada em prática de roubos na modalidade ‘saidinha de banco’ e assalto a residências e estabelecimentos comerciais. Os mandados foram expedidos pela juíza da sexta Vara Criminal de Cuiabá, Suzana Guimarães Ribeiro Araújo, que atendeu os pedidos dos promotores de Justiça do Gaeco.

Cerca de 150 homens estão envolvidos na operação, que teve início nas primeiras horas da manhã de hoje. Os trabalhos têm apoio de policiais do Gaeco, Comando Regional I, Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam).

Os presos estão sendo levados para a sede do Bope e depois serão encaminhados à Penitenciária Central do Estado. Os acusados responderão pelos crimes de formação de quadrilha armada, roubo qualificado, tentativa de latrocínio, furto qualificado, receptação e falsa identidade.

O esquema

A quadrilha se dividia em quatro ramificações e cada uma delas tinha um líder, responsável por montar a equipe que executaria o assalto. De acordo com as investigações, o bando era composto por "olheiro", piloto e pegador, além do homem que chefiava o grupo, que geralmente desempenhava a função de apoio.

O esquema espetacular montado pela quadrilha poderia render um ótimo roteiro cinematográfico, nos moldes dos filmes hollywoodianos de ação. O cuidado na escolha dos integrantes era feito de acordo com a especialidade de cada criminoso, que já tinha sua função pré-estabelecida dentro do bando.

O olheiro se responsabilizava por encontrar a vítima. Ele se postava dentro da agência bancária ou próximo a um terminal de saque. O alvo era sempre pessoas que realizavam saques acima de R$ 2 mil. Este personagem era escolhido pelo líder com muito cuidado, diante da importância que a quadrilha dava sua função.

As investigações do Gaeco mostram que a vítima era acompanhada por quase todos do bando, especialmente pelo ‘piloto’, que a seguia de moto, juntamente com o ‘apoio’. Eles se incumbiam da perseguição e davam suporte ao criminoso cuja função era enquadar a vítima. Na maioria das vezes eles utilizam veículos com placas frias ou clonadas, dificultando assim a identificação por testemunhas ou sistema de vigilância eletrônica.

O pegador é o responsável por realizar o assalto. A ele cabe a tarefa de render a vítima e anunciar o assalto, mediante a utilização de arma de fogo. Após o roubo, esse criminoso era resgatado pelo ‘piloto’ e, depois de afastar do local a uma distância segura, embarcava em um automóvel, que servia de apoio, em uma operação de despiste que dificultava a abordagem policial. De acordo com o MPE, a atribuição de ‘pegador’ era a mais disputada entre os criminosos e também a mais arriscada.

O ‘apoio’ era a função desempenhada normalmente pelo líder da equipe. Responsável por permanecer à uma distância de alguns metros do local do assalto, ele realizava o monitoramento da vítima e dava suporte ao executor que, após praticar o crime, embarcava no veículo de apoio com a arma utilizada na ação e com os bens roubados, como dinheiro, bolsa, entre outros. Era o próprio apoio quem escolhia o melhor local para dividir o produto do roubo ou guardá-lo.

O promotor de Justiça responsável pelas investigações, Arnaldo Justino, defende a ideia de que o policiamento ostensivo em frente às agências bancárias seja ampliado, uma estratégia que ele considera muito importante para dar mais segurança à coletividade, impedindo que o cidadão seja abordado por ladrões nestes locais.

“Contudo, a medida, sozinha, não serve para evitar a prática das saidinhas de banco, pois os ladrões são bem organizados e quando percebem o policiamento em frente aos bancos, [passam] a seguir as vítimas até o local mais propício à abordagem. É necessário que os bancos tomem medidas de prevenção dificultando a ação dos bandidos, como cumprir lei municipal que exige a instalação de biombos, retirada das máquinas de contagem de dinheiro que emitem ruído, impedindo que os olheiros tomem conhecimento que a pessoa fez saque e a quantia de dinheiro retirada.â€

O promotor ressalta que, além dessas medidas, deve haver, nas agências bancárias, funcionário treinado para detectar a presença de olheiros no interior dos bancos. “É inadmissível que esses bandidos fiquem o dia inteiro dentro de estabelecimentos bancários sem ser notados. Há ainda a necessidade de aprovação urgente de lei Municipal que impeça o uso de aparelhos celulares dentro das agências nos locais de atendimento ao público,†afirmou o promotor.

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