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HISTÓRICO DO SETOR DE BLINDAGEM AUTOMOTIVA

25 Nov

Uma das empresas pioneiras na blindagem automobilística e mais antiga no Brasil foi a Massari que, em 1950, atuava no segmento de proteção aos veículos de transporte de valores, os chamados carros fortes.

Na época, blindagem era considerada artigo de guerra. Para garantir qualidade, a Massari importava tecnologia de Israel, país mundialmente conhecido no segmento e, assim desenvolveu as primeiras técnicas nacionais no setor.

A violência urbana no Brasil já clamava por uma nova alternativa de proteção veicular e, em 1987, foi criada a divisão de blindagem para automóveis de passeio o que permitiu à empresa se adaptar à demanda de novos modelos e as necessidades e expectativas dos clientes.

Atualmente, a frota nacional de carros blindados vem crescendo ano a ano e segundo o Sistema Nacional de Registro do Exército, o total de veículos blindados no país é da ordem de 55.000 automóveis, dos quais, 74% são do Estado de São Paulo. Segundo a Associação do setor, a frota nacional de blindados já ultrapassa 70.000 unidades.

Blindagem, uma longa história

Como atividade empresarial mais estruturada, o mercado de blindagens no Brasil teve início na década de 80, quando a Massari, que reinou sozinha durante muitos anos, começou a ter a concorrência de outras empresas como a Inbra, a O’Gara-Hess & Eisenhardt, a G5 e Armor.

A OGara-Hess foi a primeira blindadora multinacional a operar no Brasil. No início do seu trabalho ela usava espaço numa concessionária Chevrolet, em São Paulo. Pela primeira vez, uma empresa do setor se preocupou em tirar o assunto blindagem do armário, pois na época era meio sigiloso. A empresa desenvolveu, então, um forte trabalho de divulgação, tanto com marketing como com assessoria de imprensa.
Por volta de 1996 – haviam de quatro a seis empresas no ramo, cada uma fazendo seus 10-20 carros por mês, contando muito com divulgação boca a boca e tratando o assunto com muito, mas muito sigilo. A OGara começou a "abrir" o assunto e acabou sendo bom pra todo o mercado consumidor de um produto que ainda era novidade.

O Salão do Automóvel de 1996 também foi um divisor de águas no segmento, pois empresas que blindavam cerca de seis carros por mês, passaram a uma média de 30 após a divulgação da importância da blindagem de veículos durante o evento.

Importante lembrar que, naquela época, tudo era muito difícil. O mercado de peças para veículos blindados era insipiente. Os vidros, por exemplo, eram importados da Pilikington da Inglaterra, AGP da Colômbia ou Isoclima da Itália. Caríssimos e com processos de importação super lentos, além de dificuldades como um sinal vermelho na alfândega que obrigava as empresas a avisar o cliente de que seu carro ficaria na oficina por "tempo indeterminado". E quando o vidro chegava, depois de atravessar o oceano, ainda corria-se o risco de que a curvatura estivesse errada, ou que tivesse algum outro defeito de qualidade - além de poder chegar quebrado.

Um outro "boom" significativo veio com a campanha de incentivo que foi introduzida junto aos concessionários oficiais das fábricas, que fez crescer as vendas de blindados em até 70% pelas indicações dos distribuidores das diversas marcas do mercado nacional.

No final da década de 90, o setor deslanchou de vez quando surgiram muitas empresas para competir no mercado de blindagem. Hoje, acredita-se, o segmento conta com mais de uma centena delas na disputa, com os mais diversos níveis de qualidade e preço. Muitas delas mantendo excelência de qualidade na transformação de um carro em blindado, mas outras, nem tanto, apelando para o sacrifício do preço para continuar concorrendo.

Entre as mais recentes destaca-se a Armor, uma das que mais cresceu no mercado. Atualmente, disponibiliza cerca de 1.000 modelos de gabaritos/kits para diferentes tipos de veículos. Segundo a empresa, seus blindados, mais de 16.000 unidades, rodam pelo Brasil, América Latina, Europa e Ãsia.

A mais recente novidade tecnológica no setor de blindagem surgiu em 2008 com o lançamento da manta fabricada a partir do fio de Kevlar produzido pela Du Pont. O Kevlar, além de facilitar o trabalho de blindagem de veículos é mais leve, tem menor custo, mas tem limitações em relação ao nível de penetração de projéteis balísticos. Além disso, a manta também é empregada em coletes a prova de bala.

Surge o controle do Exército

A partir de 1999, o Exército Brasileiro manifestou sua preocupação com o aumento da produção de veículos blindados no País e do número de empresas que passaram a se dedicar à blindagem.
Com o propósito de regulamentar esse mercado, o Exército incluiu o veículo de passeio blindado como produto controlado similar a armas de fogo, explosivos, agentes químicos de guerra e outros materiais bélicos.

A conseqüência dessa decisão é que se tornou obrigação das empresas blindadoras de veículos a obtenção junto ao Exército Brasileiro do Certificado de Registro – CR. Os fabricantes de peças blindadas como vidros, mantas e aço, a partir dessa resolução, ficaram obrigados a obter o TR – Título de Registro, conforme o Decreto 2.998 de 23 de março de 1999.
O Comando Militar do Sudeste – 2ª Região Militar - informa que não é possível precisar qual foi a primeira blindadora registrada no Estado de São Paulo, pois em 2004, quando ocorreu uma migração dos dados do antigo sistema de cadastro para o atual (Sigma), não se levou em consideração a data do 1º registro, mas somente a data da última renovação.
Na 2ª Região Militar, o automóvel que recebeu o primeiro registro pelo setor de produto controlado foi um Chevrolet Ômega CD, em fevereiro de 2003.

Em 2009 e 2010, a média mensal de processos de regularização de veículos blindados, recebidos pelo setor de produtos controlados do Exército foi de 750 automóveis o que significa cerca de 9.000 blindados em cada um dos últimos dois anos.

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