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PF indicia vigilante e mais 2 suspeitos de furto em palacete no Rio

07 Nov

O vigilante do palacete na Glória, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi indiciado pelo furto de obras de arte do local. A informação foi confirmada neste sábado (5), pelo delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal (Delemaph). As peças - 8 estátuas de bronze e 4 vasos de mármore de Carrara - foram recuperadas nesta madrugada por policiais da 25ª DP (Engenho Novo). Dois homens foram presos.

Ainda segundo o delegado, além do vigilante, os dois suspeitos presos nesta madrugada tinham sido identificados e indiciados na quinta-feira (3). Eles vão responder pelos crimes de furto qualificado, formação de quadrilha ou bando e deterioração ao patrimônio histórico.

"A empresa inquilina do casarão nos forneceu o contato do vigilante, para que pudéssemos iniciar nossa investigação. Assim, após o mesmo ser encontrado, ele foi levado para delegacia para prestar esclarecimentos sobre o caso. Primeiro, ele começou a contar algumas mentiras, depois, ele resolveu jogar com a verdade e confessou que realmente tinha ajudado a levar as peças para o caminhão", disse o Scliar.

De acordo com o delegado, o vigilante disse que estava sendo ameaçado por integrantes da quadrilha, mas sabia o local onde dois dos suspeitos do furto estavam.

"Ele me passou o nome de três integrantes, mas disse que só sabia o paradeiro de dois. Então, a Polícia Federal fez uma diligência na madrugada de quinta para sexta-feira, fomos até a comunidade da Mangueira e lá, conseguimos achar esses dois homens. Na delegacia, eles disseram que iriam entregar as obras em até 48 horas e como não havia flagrante, eles foram liberados", explicou o delegado.

Presos em flagrante
O delegado também informou que acredita que exatamente no momento em que os suspeitos estavam se preparando para entregar as peças, foram surpreendidos e presos por policiais civis da 25ª DP (Engenho Novo), em Guadalupe, no subúrbio da cidade.

"Eles me contaram que iam colocar as peças em algum terreno baldio e depois achar uma forma de nos avisar. Mas como aquela região é bem movimentada e também tem alguns policiais civis que moram lá, eles acabaram presos. Mas tanto eles, quanto o vigilante foram liberados sob pagamento de fiança.", informou.

No total, foram recuperadas 8 estátuas de bronze e 4 vasos de mármore de Carrara.

Investigação
Scliar também disse que a Polícia Federal já conseguiu identificar mais dois suspeitos de integrar a quadrilha que furtou as obras de arte, mas que a investigação corre sob sigilo.

"No total, já temos cinco identificados. O vigilante do casarão e estes dois homens. Agora já temos pistas onde estariam os outros dois, mas não posso dar mais detalhes", concluiu o delegado Fábio Scliar.

Na quarta-feira (2), o furto das obras foi denunciado pelos moradores do bairro. O casarão onde ocorreu o crime foi construído em 1862 e pertenceu ao comendador João Martins Cornélio dos Santos. O local já funcionou como asilo e faculdade de medicina, mas atualmente está vazio.

Moradores dizem que peças são de alto valor

O vice-presidente da Associação do Conselho Comunitário da Glória, Rafael Pereira, disse que após o furto das esculturas, os criminosos voltaram para buscar as bases das estátuas. No início da semana, os integrantes do conselho registraram algumas imagens do casarão. Nas fotografias estão as peças que foram furtadas.

“São estátuas de ferro, pesadas, e o que a gente estranha é que possivelmente não foi uma pessoa sozinha que tirou essas estátuas daqui do asiloâ€, disse Jorge Mendes, um dos representantes do Conselho Comunitário da Glória.

O advogado Francisco Ramalho explicou que as peças têm um alto valor no mercado artístico. “Essas estátuas de mármore carrara, essas estátuas de ferro francês, são de grande valor pecuniário, como peças de coleçãoâ€, observou.

MPF entra com ação civil pública
O prédio de arquitetura neoclássica está com infiltrações, vegetação brotando nas paredes e muitos sinais de vandalismo, como janelas quebradas e pichações. Em março deste ano, o Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública, na 8ª Vara Federal de Justiça, pedindo a restauração do prédio. Os promotores pediram ainda uma perícia para saber o estado real em que o prédio se encontra. Segundo o MPF, o Iphan já apresentou um laudo básico.

A Santa Casa é a proprietária do imóvel, mas segundo a assessoria da instituição, o casarão está alugado desde outubro de 2009 para a empresa Gespart participações, que passou a ser a responsável pela manutenção e segurança do local. A Santa Casa alegou que pretende rescindir o contrato de locação com a empresa, se a manutenção no imóvel não for feita.

No entanto, a Gespart explica que para restaurar o casarão é preciso que a Santa Casa apresente o registro de propriedade do imóvel, para conseguir a licença da prefeitura para a obra.

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