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Vigia das obras MPF trabalhava como clandestino

30 Set

Nos últimos dias muito tem se comentado que o vigia, Domingos Santos, é uma das peças chaves para se desvendar a morte misteriosa da universitária Fernanda Lages.

No depoimento ao inquérito policial, o vigia afirma ter visto apenas uma mão abrindo o portão de entrada das obras do Ministério Público Federal, localizado na avenida João XXIII, local onde aconteceu o crime.

O portal acessepiaui manteve contato hoje à tarde com o presidente do Sindicato dos Vigilantes, André de Lima, ocasião em que ele conta a rotina e a preparação que um vigilante precisa ter e faz a diferença entre o trabalho de vigias e vigilantes.

_ A sociedade ainda desconhece o trabalho dos vigilantes, confundindo assim com o trabalho de vigia, achando que é a mesma coisa. O vigilante é um profissional preparado que recebe treinamento de defesa pessoal, treinamento de tiro e preparação física e psicológica. Já os vigias não são pessoas preparadas para este tipo de trabalho, não possuem porte de armas e nem treinamentos.

No caso do Ministério Público, o vigia era clandestino, logo sem preparação para o exercício da atividade de vigilante. Andrɠconta que a escolha por uma pessoa despreparada é o principal risco tanto para as empresas, quanto para esses trabalhadores “clandestinos†que não sabem como agir em certas ocasiões.

No caso da "estranha" entrada da jovem Fernanda com o seu possível assassino no final da madrugada do dia 25 de agosto, o trabalho de um profissional vigilante "seria ligar primeiramente para a polícia e logo em seguida para o responsável do local".

André argumenta que no caso da obra do MPF, caso um vigilante profissional estivesse tomando conta - o que não era o caso, pois Domingos Santos não é filiado ao Sindicato e não tinha preparação - o presidente acredita que seria mais fácil desvendar o assassinato de Fernanda Lages.

- Existem muitas evidências, muitas provas e até agora não chegaram ao assassino. Se dentro das obras estivesse um profissional preparado, acredito que seria muito mais fácil desvendar este caso, provavelmente ninguém teria nem entrado sem autorização – diz André.

Treinamento

O presidente do Sindicato diz que "alguns vigias, mesmo sem treinamento trabalham com armas e no momento de risco, isso se torna um perigo para todos, já que este pode agir por impulso e atirar sem mesmo saber como se faz este trabalho", alerta.

A escolha de um não profissional se dá, geralmente pela mão-de-obra barata, que faz com que o empresário pague a esta pessoa o valor que lhe convêm e não o salário que um vigilante tem direito, que é garantido por lei, conforme convenção coletiva de trabalho.

Ele afirma que os trabalhadores clandestinos geralmente recebem um salário mínimo, nenhuma condição de trabalho ou segurança. Um perigo para vida destas pessoas e para os locais que deveriam estar “segurosâ€.

André de Lima enfatiza que não desmerece a classe dos vigias e acredita que deveria existir um sindicato deles e que estes vigias pudessem ser preparados, já que em Teresina existem escolas preparatórias para pessoas que queiram trabalhar na área.

- A culpa não é dos vigias que estão ali trabalhando, a culpa é das empresas e dos empresários que sabem da legislação e ainda sim procuram pagar mais barato por um serviço que é extremamente importante. Infelizmente o barato acaba saindo caro – conclui André.

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