O promotor criminal Wendell Beetoven Ribeiro Agra espera poder formalizar a denúncia à Justiça dos acusados na Operação Batalhão Mall até o final deste mês. Segundo ele, pelo menos 15 pessoas deverão ser denunciadas pelo suposto esquema de uso de viaturas da Polícia Militar para fazer segurança privada para estabelecimentos comerciais da cidade de Assú. Na próxima semana o promotor pretende analisar os dados recebidos do Banco do Brasil quanto à movimentação bancária do 10º Batalhão PM, alvo das investigações.

Wendell Beetoven diz que recebeu as informações sobre as contas do 10º Batalhão no início desta semana, mas ainda não teve tempo de analisar os dados. Segundo ele, o Banco do Brasil não havia liberado tais documentos anteriormente e foi necessário um pedido judicial para que isso fosse repassado ao MP. "Pretendo analisar esses dados na próxima semana e se não houver qualquer outra diligência ou depoimento para ser feito, devemos então formalizar a denúncia".

O promotor garante que há indícios suficientes para levar a denúncia à Justiça. "Inclusive, temos confissão de alguns dos acusados sobre como funcionava o esquema". Wendell Beetoven afirma já ter ouvido outros cinco policiais militares que teriam abastecido seus veículos em troca de fazer segurança a postos de combustíveis em Assu. "Um outro relacionado não compareceu ao dia marcado para que tomássemos seu depoimento. Ainda irei definir como vou proceder para ouvi-lo". Com isso, ele acredita que deverão ser indiciados todos os 12 policiais presos em julho, quando a operação foi desencadeada e algumas outras pessoas, cujas identidades o promotor não revelou.

Memória

A Operação Batalhão Mall foi desencadeada em 4 de julho deste ano e resultou na prisão de 12 policiais, entre eles dois comandantes da PM, e três empresários, acusados de participarem de um esquema de pagamento de propina em troca de segurança privada feita com uso de viaturas. Entre os estabelecimentos beneficiados estão postos de combustíveis e até mesmo agências bancárias da cidade de Assú. Todos os envolvidos já foram soltos, depois que prestaram depoimentos ao MP. Contudo, segundo o promotor, alguns se recusaram a falar e serão ouvidos em juízo.