Bandidos fazem reféns e arrombam cofres de agência de turismo na Rua do Passeio; cerco da PM não funciona

Márcia Foletto

Fabiola Gerbase [email protected] Renata Leal [email protected]

A tranquilidade do Centro do Rio aos domingos foi quebrada ontem de manhã. O prédio comercial de número 70 da Rua do Passeio foi invadido por mais de dez bandidos armados, que fizeram três reféns. Depois de arrombarem três cofres de uma agência de turismo, eles levaram uma quantia em dinheiro ainda não revelada e quatro notebooks. Todos conseguiram fugir, mesmo com o cerco de ruas próximas pela polícia. Duas das vítimas conseguiram escapar dos assaltantes pulando para o terraço do prédio vizinho, que está abandonado.

As ruas do Passeio e das Marrecas foram cercadas por policiais do 5º BPM (Praça Harmonia), que receberam um chamado do 190. Homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vasculharam, com o auxílio de cães farejadores, o edifício em busca dos bandidos. Mas apenas dois dos reféns foram encontrados. As vítimas prestaram depoimento na 5ª DP (Mém de Sá).

Os criminosos renderam dois vigias do prédio no momento da troca de plantão, por volta das 7h, e seguiram para o oitavo andar. Lá, eles roubaram o conteúdo de três cofres da empresa MK Turismo, que também funciona como casa de câmbio.

— Eles abriram três cofres, mas apenas um estava arrombado. Parece que tinham o segredo dos outros dois — explicou o coronel Amaury Simões, comandante do 5º BPM (Praça Harmonia). — Acredito que os bandidos já tinham conhecimento do local. Existe a possibilidade de haver, inclusive, um ex-funcionário entre eles.

Bandidos disseram estar com granadas

O vigia Adriano Santos de Souza, que se preparava para sair do serviço antes da chegada dos bandidos, contou que foi rendido e trancado em um quartinho na portaria. Já o segurança Reinaldo Bezerra da Silva, que assumiria o plantão, também foi rendido e obrigado a acompanhar os criminosos até a MK Turismo.

— Uns oito homens entraram no elevador comigo e uns quatro ficaram com o Adriano lá (na portaria). Além disso eles falavam o tempo todo com alguém pelo telefone e diziam que (a área) estava limpa. Eles nos ameaçavam e falavam para não olharmos para a cara deles. Um homem de chapéu disse que se eu olhasse para o rosto deles, ele iria me matar. Ele disse que estava com outros bandidos, munidos com granadas — contou Bezerra da Silva, que ficou em poder dos bandidos, preso por um homem que lhe aplicava uma gravata.