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Após um ano, Copa da África dá exemplos bons e ruins para o Brasil

10 Jun

Um ano depois da Copa, ver o que deu certo e o que deu errado e que marcas a Copa deixou para a África do Sul, podem ser lições para o Brasil. Até hoje, o megaevento é celebrado no país. Enfeites ainda estão por todos os lados. Mas o Mundial não foi uma varinha mágica que acabou com os problemas e revolucionou o país. O desemprego no país continua altíssimo, no mesmo patamar de antes da Copa. Hoje, de cada quatro sulafricanos no mercado de trabalho, um está desempregado.

Uma organização não governamental da Cidade do Cabo ensina trabalhos domésticos a mulheres para depois, tentarem um trabalho. Nos últimos meses, a procura por ajuda aumentou.

"Depois da Copa, a maioria dos empregos temporários sumiu e voltamos à nossa realidade. Temos que criar empregos de longo prazo", diz Roger Aliem, diretor da organização.

Por outro lado, o Mundial fez obras de infra-estrutura saírem do papel e isso melhorou. O investimento em aeroportos foi alto de cerca de R$ 4 bilhões. A obra no OIiver Tambo, o aeroporto de Joanesburgo, levou cinco anos. Ficou pronto para a Copa das Confederações em 2009. Triplicou de tamanho. Tem capacidade hoje para receber 28 milhões de passageiros por ano com 16 mil vagas para estacionamento.

O trem, que liga o aeroporto a bairros de Joanesburgo e à capital Pretória, a 160 km/h, foi inaugurado só três dias antes da abertura da Copa, mas as obras continuaram e o número de estações aumentou de quatro pra 11.

O serviço de ônibus rápido também foi ampliado para outras cidades. As obras não pararam. Em um país em que van era a única opção para muitos trabalhadores, essas novidades foram uma revolução no transporte público.

Os estádios? Estão sendo usados? Ao todo foram dez para o evento. Quatro reformados e seis construídos especialmente para a Copa. O único caso de sucesso é o maior. O Soccer City abre as portas de três a quatro vezes por mês. Para jogos de futebol, rugby e shows. O gigante foi privatizado e é administrado pela Stadium Management. No primeiro ano, já deu lucro.

O diretor, Jacques Grobelaar, critica a quantia que se gastou para erguer outros estádios mesmo sabendo que eles não seriam lucrativos. “Acho que sem uma Copa muitos desses estádios não poderão se sustentar. O da Cidade do Cabo jamais deveria ter sido construído. Nunca”, afirmou.

De fato, o Green Point, na Cidade do Cabo, é um mau exemplo. Custou cerca de R$ 1 bilhao. Depois da Copa, foi usado só 12 vezes. A empresa que iria administrá-lo desistiu e ele caiu no colo da Prefeitura. Chegou-se a pensar em derrubá-lo. Mas mudaram de ideia. Um elefante branco clássico. Um lindo monumento ao desperdício de dinheiro público.

Em outros estádios, há casos semelhantes. O Nelson Mandela Bay, em Porto Elisabeth, onde o Brasil foi eliminado pela Holanda, não recebeu um jogo de futebol sequer. Apesar disso, é fácil perceber o orgulho dos sul-africanos por terem recebido a Copa.
Há uma percepção geral de que deu certo. Uma boa notícia ao turismo, que aumentou em 23%, fruto da boa imagem deixada pelo mundial.

O evento foi bom para o país. Poderia ter sido melhor. A África do Sul fez golaços, mas marcou gols-contra também. Olhar para o outro lado do Atlântico pode ser útil para quem será o próximo anfitrião. As lições estão aí, basta querer aprendê-las.


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