Uma onda de assaltos a restaurantes preocupa São Paulo. A semana começou com mais um assalto, dessa vez a uma casa noturna. As quadrilhas costumam agir no fim da noite, início da madrugada, quando o número de clientes é menor nos estabelecimentos. Eles levam tudo: carteiras, jóias, celulares, dinheiro. Para piorar, nem sempre os crimes são denunciados à polícia.

Muita gente que sai na noite paulistana passou a voltar para casa mais cedo. “Quando a gente vai, sempre vai a um barzinho certo, já conhecido. Meia-noite, mais ou menos, a gente já está indo embora. Não dá para ficar mais do que essa hora mais não�, diz o agente de segurança Luiz Carlos Barros.

Imagens de segurança mostram seis homens entrando em um restaurante. Um deles mostra a arma e anuncia o assalto. Enquanto um ladrão vigia a porta, os outros recolhem carteiras, celulares e relógios. Em alguns roubos, os bandidos fogem nos carros dos clientes. Crimes que nem sempre os comerciantes comunicam à polícia.

“Eles não querem ver divulgado o nome do estabelecimento como vítima de uma ação de delinquentes porque isso pode assustar o cliente�, aponta Percival Maricato, diretor jurídico da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) de São Paulo.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes diz que os empresários estão instalando câmeras e contratando seguranças, mas lembra que não adianta investir se não houver policiamento nas ruas.

“Como é um setor importantíssimo para a população, para o turismo, emprego, fisco, ele deveria ter um policiamento especial que afastasse esse tipo de ocorrência, que reduzisse�, acrescenta Percival.

Entrevista


O Capitão Cleodato Moisés, da Polícia Militar-SP fala sobre a possibilidade de o policiamento ser diferenciado nos restaurantes.

Capitão Cleodato Moisés: A Polícia Militar já faz esse tipo de serviço. É o policial que cuida de uma área territorial onde existem restaurantes, policiamento focado e preventivo na área interna. Contamos com a população e com os donos dos estabelecimentos comerciais para que liguem para a polícia, porque nós trabalhamos com inteligência policial. Mapeamos a área de crimes e direcionamos o policiamento. Além da viatura de patrulhamento, usamos a força tática no horário diferenciado em virtude dos caixas eletrônicos. É um policiamento que vai fortalecer a região de restaurantes.

Bom Dia Brasil: Podemos dizer que há um policiamento diferenciado?

É um policiamento que já existe no dia a dia, só que focado na área de restaurantes. Nos últimos dois meses, a prática, denominada ‘arrastão’ em restaurantes, deixou de existir. Tivemos um caso isolado em uma danceteria, um ambiente fechado. Nesses casos, contamos com a população que ligou para a polícia e uma viatura, que estava próximo ao local deu uma resposta rápida.

A denúncia feita pelos donos de restaurantes é suficiente para que o patrulhamento específico aconteça nessas áreas?

É importante, além de ligar para o 190, que é uma resposta rápida, que seja feito o registro de ocorrência, pois trabalhamos em cima de ferramentas inteligentes. Isso é essencial.