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SP: Quadrilha responsável por ataques a caixas eletrônicos pode ter mais de 100 integrantes, entre eles PMs

01 Jun


A Polícia Civil de São Paulo prendeu, nesta terça-feira, sete pessoas acusadas de integrarem uma quadrilha que atacava caixas eletrônicos na Grande São Paulo. Entre os detidos, estão quatro policiais militares e um ex-policial militar. As investigações apontam que mais de 100 pessoas estão envolvidas nos assaltos; 40 seriam PMs. Nos últimos meses, houve mais de 60 roubos à caixas eletrônicos em São Paulo.

Também foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão. Foram apreendidas, armas, dinheiro, celulares, rádios e um carro de luxo da Chrysler. A operação, denominada Caixa-Preta, envolveu cerca de 60 policiais e foi conduzida pelo Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic). De acordo com o delegado Nelson Silveira Guimarães, diretor do Deic, o objetivo da polícia era cumprir pelo menos 70 mandados de prisão.

- Mas sofremos com uma terrível burocracia. Para conseguir a autorização para prender alguém é preciso ter a impressão digital do cara, a foto da avó. É complicado - disse o delegado, que não citou diretamente o Judiciário como responsável pela burocracia.

Guimarães não descartou a prisão de mais policiais no decorrer da investigação. Entre os PMs presos hoje estão dois sargentos e dois soldados. Os líderes do grupo seriam o sargento da PM João Paulo de Olveira e um preso comum, identificado como André Leite.

Os policiais dariam apoio logístico às ações, informando sobre os melhores alvos e avisando sobre a movimentação da polícia. André controlaria as ações e seria responsável pela aproximação com os policiais.

- É o começo. Estamos na ponta do iceberg - afirmou.

De acordo com o diretor do Deic, os criminosos não se limitariam a roubos em caixas eletrônicos, praticando também assaltos a residências, agências dos correios e estacionamentos. A quadrilha é apontada como responsável pela tentativa de invasão do Clube Ipê, na Zona Sul de São Paulo, onde um vendedor ambulante morreu baleado. A investigação ocorre há dois meses e meio. Nesse período, foram presas 26 pessoas.

Neste final de semana três policias militares foram presos ao tentar assaltar um caixa eletrônico do Banco do Brasil no Jabaquara, Zona Sul de São Paulo. Esses policiais não teriam ligação com o grupo preso nesta terça-feira.

Segundo o diretor do Deic, o trabalho de investigação mostrou que há quatro grandes grupos atuando em assaltos a caixas eletrônicos na Grande SP. Ele afirmou que há conexão entre alguns membros desse grupos.

Enquanto a polícia realizava as prisões, outros assaltos ocorriam paralelamente ao trabalho da polícia. Na capital, uma quadrilha invadiu o prédio da Editora Saraiva na Rua Henrique Schaumann, em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo, por volta de 3h da madrugada desta terça-feira. Funcionários foram rendidos e três caixas foram arrombados. Os bandidos fugiram e peritos estão no local.

Na Freguesia do Ó, na Zona Norte, criminosos explodiram um caixa instalado em uma loja de conveniência de um posto de combustíveis. O caixa tinha o dispositivo que mancha as notas de rosa. Vizinhos chamaram a polícia ao ouvir a explosão, mas os bandidos fugiram. A loja ficou totalmente danificada.

Num prédio da Telefonica houve tentativa de invasão, mas os bandidos não conseguiram entrar.

Em Osasco, na Grande São Paulo, foi atacado um caixa eletrônico instalado em um supermercado. Os bandidos erraram na quantidade de explosivos. Com a explosão, houve um incêndio e o supermercado ficou destruído. Todo o estoque, avaliado em R$ 150 mil, foi consumido pelas chamas. A porta de aço do cofre foi jogada longe. O delegado João Paulo Abreu informou que tentará identificar o bando por meio de digitais.

Em Osasco, o caixa eletrônico de uma agência bancária foi arrombado com maçarico. Ninguém foi preso.

Também foram verificados roubos no interior do estado. Houve ataques simultâneos a cinco caixas do Bradesco e do Banco do Brasil em Patrocínio Paulista (a 385 km da capital), que deixaram dois mortos e três feridos. Duas pessoas foram presas. Segundo a Polícia Militar, os bandidos passaram um trote para afastar a única viatura policial da cidade. Eles ligaram para a PM dizendo que havia um homem caído de moto na Rodovia Fábio Talarico, que liga Patrocínio Paulista a Altinópolis.

A explosão simultânea dos caixas aconteceu às 2h. Vizinhos das agências chamaram a polícia e os bandidos fugiram. Segundo a polícia, eram pelo menos, oito pessoas divididas em três ou quatro carros.

A polícia de Patrocínio pediu reforços nas cidades de Franca e Itirapuã e iniciou uma perseguição policial. Parte da quadrilha fugiu para um canavial próximo à Rodovia Fábio Talarico, que liga Franca a São José da Bela Vista, onde um Honda Civic com placas frias de Campinas foi abandonado.

Outros integrantes seguiram para o bairro Recanto Elimar, também em Franca, onde houve troca de tiros em frente a uma residência. Segundo a polícia, três bandidos de Campinas morreram, dois ficaram feridos - um em estado gravíssimo - e duas pessoas foram presas. Ainda não há identificação dos mortos e dos feridos, que foram levados para a Santa Casa.

A polícia está investigando se a residência onde estavam os bandidos era de um policial militar já investigado por crimes de roubos a bancos.

Além das dinamites explodidas na madrugada nos caixas eletrônicos, outros dois explosivos intactos foram encontrados. O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar foi acionado para desativá-los.



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