O ex-deputado federal Edmar Moreira tornou-se vice-presidente da diretoria executiva da MGI Participações, a empresa do governo mineiro que administra as participações societárias que o Estado tem em empresas privadas. Segundo a assessoria de imprensa do governo estadual, tecnicamente não é possível dizer que Edmar foi nomeado pelo governador Antonio Anastasia (PSDB), uma vez que ele foi eleito pelo Conselho de Administração, mas não há dúvidas de que sua ascensão foi política: Moreira foi indicado pelo PR mineiro e eleito como candidato único.

Com redutos eleitorais na Zona da Mata, Moreira é um ex-policial que tornou-se dono de empresas de segurança privada. Na última legislatura, desafiou a orientação de seu partido à época, o DEM, e elegeu-se segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados. Foi forçado a renunciar ao cargo, acusado de ocultar de sua declaração de bens feita à Justiça Eleitoral a réplica de um castelo medieval, com oito torres e 32 suítes. Edmar Moreira alegou que construiu o castelo pensando em explorar o turismo na região e repassou a propriedade aos filhos e foi absolvido pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Já no PR, concorreu e perdeu a reeleição no ano passado à Câmara dos Deputados, ficando na oitava suplência, com 44 mil votos. Seu filho, Leonardo Moreira, teve maior sorte e conseguiu o terceiro mandato consecutivo como deputado estadual pelo PSDB.

A MGI encerrou 2010 com um patrimônio líquido de R$ 178 milhões. Conseguiu um lucro líquido de R$ 46,3 milhões, em parte graças à recuperação de créditos de liquidação duvidosa dos antigos bancos do Estado, como Credireal, BEMGE e Minascaixa. O equivalente à metade do lucro foi conseguido com o pagamento de dividendos das empresas que o governo participa, entre elas as estatais Cemig, Gasmig, Copasa e a fábrica de helicópteros Helibras, controlada por investidores franceses. Em sua função, o ex-deputado Edmar Moreira irá receber R$ 11 mil por mês