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Quadrilha é presa após assaltar banco

28 Mar


Um crime chamou a atenção na tarde de sexta-feira na localidade de Val de Serra, entre Júlio de Castilhos e Itaara, no Rio Grande do Sul. A tranquilidade da pequena comunidade foi quebrada durante um assalto a banco. Quatro homens fortemente armados, fardados e vestindo coletes à prova de balas, roubaram a agência do banco Sicredi e trocaram tiros com um policial civil que passava pelo local. O mais espantoso foi que três dos suspeitos presos são policiais militares. Após troca de tiros e perseguição, os assaltantes capotaram o carro em que fugiam e foram presos.

Populares que estavam sentados conversando, clientes e funcionários de um posto de combustíveis localizado às margens da BR-158 se assustaram. Alguns saíram correndo, outros se esconderam tentando se proteger da troca de tiros entre o policial e os bandidos.

Os disparos começaram logo após os quatro ladrões entrarem no banco, renderem o vigilante e os funcionários e roubarem a arma do guarda e cerca de R$8 mil em dinheiro. Um policial civil que estava de folga e passava pelo local na hora do crime não pensou duas vezes, sacou a arma e tentou impedir a ação da quadrilha. O carro particular dele ficou com as marcas dos tiros dos criminosos. Pelo menos um projétil acertou o veículo, passando pelo parabrisa frontal e pelo banco, parando na tampa do porta-malas.

O agente da Polícia Civil acionou colegas de trabalho, que logo informaram a Delegacia Regional de Santa Maria, que orientou todas as DPS a colaborarem com todos os agentes possíveis para a captura dos bandidos. O crime mobilizou policiais civis de Santa Maria, Itaara e Júlio de Castilhos, e ainda policiais militares de Júlio de Castilhos, e Santa Maria, além de policiais do Batalhão Rodoviário da Brigada Militar e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). As equipes realizaram buscas pelas estradas da região.

Uma viatura da BM se deparou com o carro que os assaltantes estavam e saiu em perseguição pela BR-158 e pela estrada da localidade de Passo dos Felícios, que dá acesso a Nova Palma. Na fuga, um dos assaltantes teria parado o veículo e outro teria assumido a direção, dando tempo para a polícia se aproximar. Após quilômetros pela estrada de terra, os bandidos perderam o controle do carro e bateram em um barranco, capotando o veículo. Na troca de tiros um dos criminosos foi atingido. Os quatro foram presos, identificados e levados à Delegacia de Júlio de Castilhos para o registro da ocorrência.

Entre os assaltantes estavam dois policiais militares do 1º Batalhão de Operações Especiais da BM de Porto Alegre e um PM de Santa Maria. O outro detido é um homem de 24 anos, natural de Júlio de Castilhos. Com eles, a polícia encontrou dois revólveres calibre 38, uma pistola 380, uma nove milímetros e o Fuzil roubado da 13ª Companhia Depósito Armamento e Munição (13ª CIA DAM) na madrugada do dia dois de março deste ano.

Segundo a polícia, dois dos presos teriam servido ao Exército no quartel de Itaara e teriam usado do conhecimento sobre o funcionamento do local para render e roubar a arma.

Em nota à imprensa, a Comunicação Social do Exército confirmou a recuperação do Fuzil.

O 1º Tenente da BM Edmilson Pereira, que estava em uma das viaturas que perseguiram os ladrões, lamentou o fato de os assaltantes pertencerem à corporação, mas destacou o êxito da operação e a periculosidade dos detidos. “É uma lástima, isso nos deixa triste. Fizemos o nosso trabalho, tratamento igual como qualquer bandido. Eles são mais perigosos ainda. Não são criminosos comuns. São preparados e com qualificação”, disse Pereira.

Conforme o delegado Gabriel Zanella, titular da DP de Júlio de Castilhos, os militares presos serão levados ao Presídio Militar em Porto Alegre. Segundo o tenente-coronel do BOE de Santa Maria João Ricardo Vargas, a BM deverá instaurar um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta dos envolvidos. O outro suspeito será encaminhado ao presídio de Júlio de Castilhos. “Praticamente nem consideramos eles como brigadianos. Não tenho dúvida nenhuma que eles serão expulsos da corporação”, destacou o comandante do BOE de Santa Maria.

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