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Após 9º arrastão em restaurante neste ano, comerciantes de SP reforçam segurança

16 Mar


Armados com metralhadora e pistolas, quatro ladrões fizeram anteontem o nono arrastão a restaurantes neste ano em São Paulo. O alvo, desta vez, foi o Galeto"s na Alameda Santos, em Cerqueira César. Os outros casos foram registrados em Pinheiros e na Vila Madalena, zona oeste. Neste último bairro, donos de estabelecimentos estão reforçando a segurança, instalando câmeras e contratando vigias. Até agora, ninguém foi preso.

A invasão ao Galeto"s aconteceu pouco antes da meia-noite. Os ladrões renderam os 15 clientes que jantavam no local e recolheram 11 celulares, 37 cartões bancários, 3 relógios, 2 bolsas, 1 notebook e 2 folhas de cheque.

A psicóloga Cláudia Pinto, de 42 anos, levou duas coronhadas de um dos criminosos ao se recusar a parar de cantar uma música religiosa. "Comecei a cantar o hino e o ladrão mandou parar. Continuei, e ele me agrediu. Não parei, e ele me agrediu de novo. Depois, arrancou uma corrente que eu levava no pescoço."

Cláudia havia ido ao local com amigos do trabalho após um evento. A supervisora de vendas Talita Lorenzi, de 26 anos, sua colega, teve bolsa e celular roubados. "Eles levaram as carteiras e tudo de valor que estava em cima das mesas."

A ação durou três minutos. No fim, os ladrões entraram em um Vectra e fugiram. A Polícia Militar chegou pouco depois, após ser avisada por uma testemunha. "Foi surpreendente porque a Alameda Santos é uma área comum de passagem de viaturas", afirmou o tenente Cleodato Moisés do Nascimento, porta-voz do Comando de Policiamento da Capital. "Percebe-se que esse crime foi estudado, porque ninguém vai chegar aleatoriamente ali e praticar um roubo." Procurada, a administração do Galeto"s não quis se pronunciar.

Na Vila Madalena, bairro que registrou quatro arrastões neste ano, os proprietários de restaurantes estão aumentando a segurança dos estabelecimentos. O Rothko, na Rua Wisard, é um deles. A casa de culinária japonesa, inaugurada há quatro meses, foi roubada em 23 de fevereiro. "Havia clientes aqui. Foi horrível. Agora, contratamos segurança particular e também estamos pesquisando preços para instalar as câmeras", diz a gerente, que não quis ser identificada.

"Assim que encontrarmos o melhor preço vamos instalar as câmeras de segurança", diz Ricardo da Costa, de 24 anos, dono do Bar do Betinho, na esquina das Ruas Wisard e Girassol, alvo de dois roubos e uma tentativa de arrombamento, em 2000 e há um ano e meio. Além disso, ele decidiu encerrar as atividades mais cedo. "Antes fechávamos às 19 horas e, agora, quando começa a escurecer, vamos embora. E os garçons ficam espertos com a rua. Se percebem alguma movimentação estranha, pedimos para o cliente não sair ou chamamos a polícia", diz.

Entidades do setor também estão se mobilizando. "Anos atrás, um assalto ou outro acontecia, mas hoje se tornou mais constante", afirmou o presidente do Conselho Nacional de Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Joaquim Saraiva. "Temos agora de evitar que isso continue e piore."

A entidade promoveria uma reunião na noite de ontem para discutir o assunto. "Defendo mais vigilância nessas áreas afetadas, mas não de segurança privada. Isso é uma questão de segurança pública. Temos de parar de transferir as responsabilidades governamentais ou municipais para os particulares."

O Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo vai encaminhar um ofício à Secretaria de Segurança Pública. "Não se trata de solicitar o favorecimento para um setor específico, porque os bandidos não estão atrás apenas de nossos caixas, mas dos clientes", disse o diretor do sindicato, Edson Pinto.

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