Para centrais sindicais, PIB poderia ser maior se juros fossem menores
04 Mar
As duas principais centrais sindicais do paÃs, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical, consideraram que o crescimento de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, divulgado ontem (3), poderia ter sido ainda maior se o governo tivesse adotado uma taxa básica de juro menor.
“O PIB de 2010 poderia ser ainda melhor e mais exuberante se as taxas básicas de juros não permanecessem na estratosfera – como insiste o Banco Central, haja vista a alta registrada ontemâ€, afirmou a CUT em nota.
“O PIB poderia ser maior se as taxas de juros estivessem menores. O governo precisa entender que juros em patamares estratosféricos funcionam como uma trava para o setor produtivo. Infelizmente, os tecnocratas do governo insistem em se curvar ao capital especulativo. Somente no inÃcio deste governo tivemos duas altas consecutivas da taxa básica de jurosâ€, disse, em nota, a Força Sindical.
Apesar da crÃtica, as centrais destacaram que a elevação do PIB foi consequência da postura do governo diante da crise econômica internacional, iniciada no final de 2008. "Se o Estado brasileiro tivesse recuado diante dos reflexos da crise econômica, como aconselharam diferentes analistas e consultores, e se, naquele mesmo perÃodo, o movimento sindical cutista não tivesse resistido à s propostas de flexibilização de direitos trabalhistas, o crescimento de 7,5% do PIB em 2010 não teria acontecidoâ€, afirmou a CUT.
“Vale lembrar que este PIB vigoroso é consequência das medidas anticÃclicas adotadas pelo governo, após negociação com as centrais, que estimularam o consumo durante as incertezas econômicas em anos anterioresâ€, ressaltou a Força Sindical. Entre as medidas do governo estão, o reajuste do salário mÃnimo, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e a ampliação das parcelas do seguro-desemprego.
O PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no paÃs em um ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE), que divulgou hoje os dados, o resultado de 2010 é maior resultado desde 1986, quando a economia também teve expansão de 7,5%.