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Governo festeja "pibão", mas diz que ele já caiu

04 Mar


A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemoraram o avanço de 7,5% do PIB em 2010, mas buscaram ressaltar que esse resultado não deve se repetir nos próximos anos, quando a economia brasileira deverá crescer entre 4,5% e 5,5%. Mantega procurou descartar a preocupação com um possível superaquecimento da economia. "A economia sofreu desaquecimento e, nesse momento, gira em torno de 4,5%, 5%, que é o que projetamos para o ano", afirmou.

A presidente Dilma classificou como "bastante razoável" o PIB de 7,5% e, em tom de brincadeira, disse que "o %%pibão%% tinha sido bom", mas alertou que esse ritmo de crescimento não deve se sustentar nos próximos anos. "Já esperávamos um crescimento de 7% em 2010. Mas temos condições de crescer entre 4,5% e 5,5% tranquilamente nos próximos anos", afirmou.

Segundo Dilma, esse crescimento será possível graças aos esforços do Brasil em combater a inflação e cortar os gastos públicos, além de retomar o volume de investimentos. "Estamos com um olho na estabilidade e outro no investimento", afirmou. A presidente espera que o cenário internacional não atrapalhe a estabilidade econômica brasileira. "Espero que o mundo não crie tumultos nem marolas."

Dilma não acredita que crise na Líbia provoque alta excessiva no preço internacional do petróleo. Segundo ela, a produção líbia é relativamente pequena, de 1,8 milhão de barris/dia. Líbia e Brasil tiveram, ao longo dos últimos anos, crescimento nas relações comerciais, Para Dilma, essa parceria poderá ser prejudicada, caso o conflito na região dure muito tempo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, procurou afastar temores de que a economia esteja superaquecida e afirmou que a expansão de 10,1% do setor industrial invalida argumentos que apontam riscos de desindustrialização. Segundo o ministro, o crescimento de 0,4% no quarto trimestre de 2010, na comparação com o terceiro trimestre, indica que o PIB se desacelerou e que iniciou 2011 em ritmo menos dinâmico.

Mantega destacou a alta de 21,8% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) como uma pré-condição para uma expansão em bases menos voláteis. "O aumento do investimento foi quase três vezes o PIB, o que mostra que estamos crescendo, expandindo a capacidade e ampliando a produtividade. Isso nos habilita a continuar o crescimento com mais oferta, afastando problemas de abastecimento e de inflação", disse o ministro da Fazenda.

Segundo ele, o dado negativo do resultado do PIB foi o desempenho das contas externas, com avanço de 36,2% das importações, bem superior à alta de 11,5% nas exportações.

Com a performance de 2010, Mantega disse que o Brasil passa a ocupar o terceiro lugar entre as grandes economias emergentes, atrás apenas da China e da Índia. No critério de paridade e poder de compra, utilizado pelo Banco Mundial no cálculo da evolução do PIB, o Brasil teria, segundo o Ministério da Fazenda, chegado ao sétimo lugar no ranking global. "Fazendo uma conta aproximada, atingimos um PIB de US$ 2,181 trilhões, superado a França e o Reino Unido", disse, observando que essa é uma avaliação preliminar.

No dia seguinte à decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic para 11,75% ao ano, em continuidade à política de controle da oferta e demanda, o ministro disse que a futura queda da inflação, o corte de gasto público e a desaceleração da economia abrirão espaço para a flexibilização da política monetária. "Ao longo do ano, muita coisa pode acontecer. Mas agora é hora de combater a inflação."

Segundo Mantega, os preços de alimentos, transportes e educação estão cedendo, mas a pressão de alta no setor de serviços continuará, com possibilidade de arrefecimento a partir da desaceleração do nível de atividade.

Ontem, o ministro anunciou a correção em 4,5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, que levará o governo a renunciar a uma receita de R$ 1,6 bilhão ao ano. Essa perda terá, de acordo com Mantega, de ser compensada com ajuste em algum outro tributo ou com novos cortes de gasto público, além dos R$ 50 bilhões

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