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Consumidor é agredido em supermercado do DF por suposto segurança

25 Jan

O funcionário público Azael Gonçalves foi algemado e agredido ao reclamar de uma promoção na tarde de sábado (23), em um supermercado de Taguatinga, cidade próxima a Brasília (DF). O cliente chegou a levar choques de um suposto segurança.

O encarte anunciava promoção de fraldas em um supermercado, mas o preço baixo foi um erro de impressão e o produto não ficou disponível na gôndola. Azael reclamou e voltou pra casa com hematomas no corpo inteiro. Ele diz que foi agredido pelo segurança particular do estabelecimento.

“Falei que a propaganda era enganosa. O segurança partiu para me mandar calar a boca, já veio me engravatando com as duas mãos e tentando tomar o papel que eu peguei na gôndola. O gerente chegou e eu dei as duas mãos para ser algemado”, lembra o servidor público.

Azael, que tem 53 anos, conta que o agressor deu vários choques nele. “Tirou uma maquininha e começou a me dar choque elétrico. O suposto segurança e policial, como ele se identificou, tentou me levar para uma sala dizendo que eu estava alterado e que ele ia tentar me acalmar”, conta o funcionário público.

Fotos tiradas por quem viu a discussão mostram o nariz machucado e a marca da algema num dos braços, enquanto o segurança estaria tentando tirar a outra. A cena assustou o vizinho de seu Azael, que também estavam no supermercado.

“Ele apenas exigiu o direito dele como consumidor”, fala Paulo Hélio. “O que fizeram com ele é muito grave. Apanhar no meio da rua porque reclamou o preço de uma fralda?”, destaca a corretora Isabel Cristina Torres.

Com o caso de seu Azael, chega a 30 o número de queixas contra a ação de vigilantes privados em bares, restaurantes e boates de Taguatinga em menos de quatro meses.

As constantes ocorrências envolvendo abuso de seguranças privados fizeram a Polícia Civil a partir para a prevenção. A 21º DP acaba de lançar uma campanha para qualificar e cadastrar todo os profissionais que trabalham na área em Taguatinga Sul.

O delegado José Carlos de Brito diz que quer tornar claros os limites da atuação dos seguranças e a responsabilidade em caso de abuso. “Constrangimento ilegal é crime, lesão corporal é crime. Dependendo da forma e da modalidade que essa agressão for feita, pode até ser entendida como uma tentativa de homicídio na modalidade de dolo eventual”, explica o delegado.

Dezessete mil vigilantes trabalham legalizados no DF. Mas o Sindicato das Empresas de Segurança Privada afirma que para cada um treinado, há 10 clandestinos que não têm amparo algum na lei para portar armas não letais.

“Ele só pode portar essa arma se estiver com uniforme da empresa, crachá, carteira nacional de vigilante. Se ele tiver que portar uma arma não letal, como gás, aparelho de choque, ele tem que passar por um curso de formação dentro da academia, não basta ter o curso de vigilante”, orienta o presidente do sindicato, Irenaldo Lima.

Os donos dos estabelecimentos que contratam seguranças particulares podem ser responsabilizados em casos de agressão, além de serem multados e notificados.

O gerente do supermercado citado na reportagem foi intimado a depor nesta terça-feira (25). O agressor negou que seja segurança do supermercado. A Polícia Federal também tem uma delegacia especializada que apura esse tipo de abuso.

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