|
|||||
Nessa quinta (31), dia em que o grito de “não vai ter golpe” soou em 16 países, mais de 200 mil pessoas ocuparam Brasília para defender a democracia. A mesma Brasília de onde a ditadura disparava o primeiro tiro contra a democracia para instaurar a ditadura militar a 52 anos.
“Nós conseguiremos barrar o golpe nas ruas, mas fundamentalmente no Congresso Nacional. Temos que pressionar cada deputado e deputada deste país dizendo que quem votar pelo impeachment é golpista. E vamos mostrar a cara deles nos postes do país e em todas as redes sociais”. “Pro Temer, que fique claro, nós não o reconhecemos presidente, Temer não foi eleito pelo povo e pra nós este golpista não comandará o país”.
Impeachment envergonhado – O dirigente destacou ainda que o impechment é um atalho curto para levar ao poder quem quer tirar direitos trabalhistas e instaurar um regime sem contestações de movimentos organizados. “Querem instaurar a ditadura do Capital, da toga e da mídia.”
“A Globo quer provar que não é golpe, que é impeachment e está na Constituição. Assim como diziam que em 1964 não era golpe, era revolução. Vamos deixar bem claro, em alto e bom som, era golpe e em 2016 não vai ter golpe!.Não há nenhum motivo para a presidenta ser impedida de governar, se não houver crime de responsabilidade impeachment é golpe!”, reforçou. “Assim que passar o impeachment, vamos trazer o governo Dilma para a esquerda, cobrar para que faça mudanças na política econômica, para melhorar as condições de vida do nosso povo e que seja um governo, de fato, representante dos sentimentos da maioria dos brasileiros.” Na mesma linha, o coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Guilherme Boulos, ressaltou que é importante a presidenta olhar para quem está ao seu lado e a quem deve priorizar. “Aqui não tem empresário, não estou vendo banqueiro, nem a elite desse país. O povo que está aqui é o que quer avanço nos direitos sociais, e é para quem a presidenta precisa olhar no momento de governar. Esse povo não quer ajuste fiscal, reforma da Previdência e políticas antipopulares. Quem precisa pagar a conta são os do andar de cima, os sonegadores, com a taxação de grandes fortunas”, defendeu.
Boulos também fez críticas à ação da Polícia Militar, acusada de criar dificuldades para quem tentava chegar ao local do ato e de ser um braço armado do golpe. O líder do MTST aproveitou, nesse momento, para ampliar o alerta sobre a forma como o sentimento de rancor podem transformar o país num barril de pólvora.
“Nós conseguimos conquistar mudanças estratégicas no nosso país e isso causou um impacto extraordinário. Foi a partir da eleição de um retirante nordestino, de um operário de chão de fábrica que a gente viu este país crescer. O Brasil de hoje não é o mesmo daquele Brasil no qual estava subordinado ao capital internacional. Por isso, tentam a todo custo enganar a população, mas a verdade é que anteciparam a batalha de 2018 porque sabiam que Lula iria voltar.” “O que está em jogo é o nosso futuro. Nós sabemos muito bem tudo o que conquistamos , Fies, Prouni, foi com muita luta e resistência e tudo isso está em risco. Nós não vamos colocar nosso futuro em risco. É só na democracia que a gente avança.”
Fonte: CUT |