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A Polícia Federal (PF) multou nesta quarta-feira (4) empresas de segurança privada, de transporte de valores, orgânicas e cursos de formação em R$ 1.329.841,95 por descumprirem a lei federal nº 7.102/83, além das portarias da PF que regem o setor. Também receberam multas 20 bancos, somando R$ 8.717 milhões. As penalidades foram aplicadas durante a 104º reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), realizada em Brasília. Foram julgados 1.335 processos, sendo 820 contra bancos e 515 contra empresas, cursos de formação e orgânicas, movidos pelas delegacias estaduais de segurança privada (Delesp). Duas empresas foram canceladas, bem como um curso de formação e uma empresa de transporte de valores. Durante a CCASP ficou comprovado que a Transexpert, empresa de transporte de valores, utilizava o serviço de Policiais Militares (PM) para realizar este serviço em carros comuns e sem qualquer proteção. Nesta situação, dois PMs foram assassinados durante um assalto quando transportavam R$ 2 milhões. A delegada titular da Coordenação-Geral de Controle de Segurança Silvana Helena Vieira Borges avaliou como “imoral” a ação da empresa. “Para tudo tem limite”, sentenciou. A farra no transporte de valores não parou por aí. Foram julgados 88 casos da atividade sendo realizada por motoboys, colocando em risco o trabalhador e substituindo a mão-de-obra especializada dos vigilantes. Bancos brincam com a vida das pessoas O secretário geral da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e representante dos vigilantes na CCASP, Cláudio José, registrou a preocupação da entidade em relação à falta de compromisso dos bancos com a segurança dos clientes e funcionários. Uma agência bancária foi autuada por realizar atendimento ao público durante a greve dos vigilantes. Cláudio cobrou ainda mais rigidez na fiscalização e aumento no valor das multas. “Se o banco entender que sem vigilante pode abrir a agência sem ser punido devidamente, vai abrir margem para que daqui a pouco nem tenha mais vigilante na instituição. É preciso punir com valores maiores”, avaliou. As principais infrações cometidas pelos bancos foram equipamentos inoperantes, funcionamento de unidades sem plano de segurança aprovado pela Polícia Federal, número insuficiente e até ausência de vigilantes, falta de rendição de vigilantes no horário de almoço, transporte de valores feito por motoboy e cerceamento a policiais federais para fiscalizar estabelecimentos dos bancos, dentre outras.
Transporte de valores com motoboy |