Por: CNTV | Confedera��o Nacional de Vigilantes & Prestadores de Servi�os
Postado: 03/11/2011
Polícia investiga milícia na Grande Vitória
Milícia
 
A polícia capixaba está investigando a existência de uma milícia na Região Metropolitana. Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, Henrique Herkenhoff, essa seria uma organização ainda embrionária, com participação de ex-policiais, assim como a que foi desmantelada na última semana, em Marataízes, no Sul do Estado.

Um levantamento feito pelo jornal O Globo diz que o Rio de Janeiro não é o único refém das milícias no país. Segundo a reportagem, em pelo menos 11 estados brasileiros há ações de grupos paramilitares armados e chefiados por agentes públicos da área de segurança, entre eles o Espírito Santo. Os dados foram fornecidos por Ministérios Públicos e Ouvidorias de Polícia.

Herkenhoff, apesar de não descartar a existência de milícias no Estado, também não confirma a hipótese. "O conceito de milícia é meio vago. Não temos sinal de que algo parecido com o que existe no Rio esteja sendo implantado no Espírito Santo. O que temos é casos de alguém que achou a ideia boa lá e estava tentando implantá-la aqui, mas isso é alvo prioritário de combate", ressaltou.

O corregedor-adjunto da Polícia Militar, tenente-coronel Cassio Bassetti, explicou que aqui no Estado as ações são esporádicas e isoladas. "Todas as práticas características das milícias até existem. Mas não há configuração de uma milícia porque não são feitas pelos mesmos grupos nos mesmos locais", disse.

Bassetti destacou, no entanto, que não se pode negar que há policiais envolvidos em segurança privada e em homicídios, por exemplo. "Quando temos esses casos, investigamos e punimos. Mas não quer dizer que exista milícia".

Em nota, o Ministério Público, por meio do Grupo Especial de Trabalho Investigativo (Geti), informou que desconhece a existência de grupos paramilitares formados no Espírito Santo.

Punição
29 policiais militares - é o número de PMs expulsos da corporação este ano, até 20 de setembro.

Como funcionam as milícias

Poder
Os milicianos - muitos deles policiais ou ex-policiais - atuam em territórios urbanos e rurais, onde impõem lei própria e serviços econômicos, além de se envolverem em assassinatos

Práticas
O discurso para controlar as comunidades é parecido: eles extorquem dinheiro de moradores
e comerciantes para oferecer segurança privada ilegal. Em troca da proteção, prometem expulsar ou matar traficantes

Controle
Possuem práticas para controlar as pessoas: exploram o transporte alternativo e a distribuição de serviços de internet, de TV a cabo e de gás, por exemplo. Inibem pelas ameaças

No Rio de Janeiro
Estima-se que são mais de 200 milícias atuando nos bairros cariocas

Ameaçado, deputado deixará o Brasil

Depois de sete ameaças de morte recebidas nos últimos 35 dias, o deputado estadual do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSOL) anunciou que vai deixar o país a convite da Anistia Internacional. Ele espera regressar em menos de um mês até que sejam feitos ajustes em sua segurança pessoal.

Freixo presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito das Milícias e inspirou o personagem do filme "Tropa de Elite 2". Uma das principais ameaças foi detectada pela Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública. De acordo com uma denúncia, o ex-policial militar Carlos Ary Ribeiro, o Carlão, teria recebido R$$ 400 mil para matar o deputado.

As milícias são grupos paramilitares formados por policiais, bombeiros e agentes penitenciários, que cobram por uma suposta proteção e serviços em comunidades carentes do Rio.

"Não tem milícia sem a participação de policial ou ex-policial. É uma estrutura herdada"