Por: CNTV | Confedera��o Nacional de Vigilantes & Prestadores de Servi�os
Postado: 21/01/2011
Proposta da Febraban quer maquiar função bancária dos correspondentes
Correspondente bancário
 

Mais uma vez, a Febraban tenta determinar as normas de funcionamento do sistema financeiro, deturpando totalmente a função do correspondente bancário. O jornal Valor Econômico publicou nesta quinta-feira (20) uma longa reportagem sobre uma proposta encaminhada na semana passada ao Banco Central pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), à qual o Valor teve acesso.

Conforme a notícia, "os bancos querem evitar que estabelecimentos comerciais que recebem contas, pagam benefícios e ofertam crédito, os chamados correspondentes bancários, sejam enquadrados como instituições financeiras. Por extensão, querem também evitar que os funcionários desses estabelecimentos tenham os mesmos direitos que os bancários, o que elevaria às alturas os custos de um canal desenhado justamente para ser barato".

Maquiagem da função bancária

"Nós não tivemos acesso à proposta da Febraban, mas está claro que se trata de uma tentativa de maquiar a função bancária dos correspondentes, diante de várias decisões judiciais que reconhecem a natureza dos serviços bancários ali prestados e o enquadramento dos trabalhadores como bancários", afirma o secretário-geral da Contraf-CUT, Marcel Barros.

"Os bancos, com seus lucros gigantescos, deveriam propor um modelo de atendimento e inclusão financeira que garante abertura de agências e postos, contratação de funcionários, qualidade, segurança e sigilo. Os atuais correspondentes precarizam o atendimento, não oferecem segurança e colocam em risco as informações dos clientes, além de não respeitar os direitos dos bancários", destaca o dirigente sindical.

Para Marcel, "é necessário que a sociedade se organize e cobre do setor que mais lucra no país mais respeito aos cidadãos, com atendimento adequado, com segurança e qualidade, afinal, banco é uma concessão pública e, portanto, deve servir ao público e não a uma pequena quantidade de detentores de alta renda".

"Os correspondentes foram concebidos pelo BC para as áreas remotas do país, onde não existem bancos. Entretanto, os banqueiros transformaram os correspondentes em sumidouro de clientes indesejados por eles. Os brasileiros e as brasileiras que passam a ter condições de ter conta em banco desejam um atendimento com orientação para o crédito, segurança nas informações e sigilo em seus dados. Isso só é possível com a abertura de agências e postos bancários", enfatiza o diretor da Contraf-CUT.